Aumento alarmante de roubos de carga na Baixada Santista preocupa autoridades e setor logístico

O roubo de carga na região da Baixada Santista, que abriga o maior porto da América Latina e representa uma parcela significativa do comércio exterior do Brasil, apresentou um aumento alarmante no último ano. Dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) revelam que entre janeiro e dezembro de 2023, foram registrados 602 casos de roubo de carga na região, representando um aumento de 156% em comparação com o ano anterior. Essa cifra é a maior já registrada em mais de duas décadas, desde o início da série histórica em 2001.

O ano de 2024 iniciou com números preocupantes, visto que somente em janeiro foram registradas 36 ocorrências, o maior número para o mês desde 2019, indicam os dados oficiais.

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Autoridades da SSP-SP afirmam estar cientes da situação e têm concentrado esforços para combater essa modalidade criminosa. A região, com suas características geográficas únicas e o importante complexo portuário, enfrenta desafios específicos no que diz respeito à segurança. As forças de segurança têm atuado de forma integrada, utilizando inteligência e tecnologia para enfrentar o problema.

No entanto, um estudo da consultoria ICTS Security, com base nos dados oficiais da SSP-SP e focado nas cidades mais relevantes da região, aponta um crescimento ainda mais expressivo nos casos de roubo de carga na Baixada Santista no último ano, alcançando um aumento de 268,3%.

A análise revela que a concentração dos roubos ocorre principalmente ao longo das rodovias Anchieta, Imigrantes e BR-101, afetando municípios como Santos, São Vicente e Praia Grande. A “Curva da Onça”, no quilômetro 44 da rodovia Anchieta, é identificada como um ponto crítico, onde os assaltantes abordam os motoristas de caminhões em um trecho propício para a ação.

Outra área problemática é o bairro da Alemoa, em Santos, próximo ao cais do Porto, onde caminhoneiros pernoitam com seus veículos carregados e se tornam alvos frequentes de assaltantes.

O estudo também revela uma mudança no perfil das cargas mais visadas, com eletrônicos e eletrodomésticos liderando as ocorrências, seguidos por alimentos e itens não perecíveis.

Embora medidas estejam sendo tomadas para enfrentar esse cenário, como reforço no policiamento e investigações mais intensas, a preocupação persiste tanto para as autoridades quanto para o setor logístico, que enfrenta prejuízos significativos devido aos roubos de carga.