Rodoanel Norte e Linha 17-Ouro completam dez anos de obras em atraso

Duas das maiores obras do governo de São Paulo enfrentam um atraso de 10 anos em 2024 e permanecem completamente abandonadas. Trata-se da Linha 17-Ouro do monotrilho, localizada na Zona Sul da capital paulista e do trecho Norte do Rodoanel Mário Covas.

As promessas iniciais foram feitas durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (anteriormente no PSDB e atualmente no PSB), que tinha previsto o término das obras em 2014. Desde então, três governadores diferentes passaram pelo Palácio dos Bandeirantes sem concluir esses projetos, sendo eles Márcio França (PSB), João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB).

Atualmente, a administração de Tarcísio de Freitas (Republicanos) busca retomar essas obras, mas após mais de um ano no cargo, pouco progresso foi observado.

No caso do Rodoanel Norte, a situação é de completo abandono, com vegetação crescendo nas pistas e estruturas. Um túnel, que estava quase concluído, cedeu, exigindo reinício da construção.

Em agosto de 2023, o governador Tarcísio de Freitas autorizou a assinatura de um novo contrato de concessão para o trecho, por meio de uma parceria público-privada (PPP), após leilão realizado em março.

A Via Appia FIP Infraestrutura foi a vencedora do leilão e assumirá a responsabilidade pelo término do empreendimento, estimado em R$ 3,4 bilhões, além da manutenção e operação do trecho por 31 anos. Considerando o preço atual do contrato, o custo total da obra será superior a R$ 13,4 bilhões desde o início da construção.

Conforme o novo contrato, a concessionária tem até um ano de pré-construção para concluir todos os levantamentos necessários antes de retomar as obras. O prazo para essa fase expira em setembro de 2024, após o qual está prevista a retomada da construção com a presença de trabalhadores nos canteiros.

Rodoanel Norte

Segundo informações do governo de São Paulo em relação ao Rodoanel Norte, foi informado que o termo de transferência inicial do Rodoanel Norte foi assinado em setembro de 2023.

A nova concessionária terá um período de até um ano de pré-construção, destinado a realizar análises técnicas abrangentes da estrutura existente e identificar o que ainda precisa ser construído.

A gestão de Tarcísio de Freitas também afirmou que as obras devem ser retomadas no primeiro semestre deste ano. A previsão para conclusão e entrega, como mencionado na reportagem, é para o segundo semestre de 2026.

Linha 17-Ouro

Em relação à Linha 17-Ouro do monotrilho, o Metrô de São Paulo, responsável pela construção, informou que a atual gestão estadual retomou as obras no ano passado. A previsão é que a instalação dos sistemas necessários para a abertura da linha ocorra em 2026.

Os investimentos na obra na Zona Sul de São Paulo já atingiram a marca de R$ 3,2 bilhões. A empresa responsável pela retomada é a Agis Construção S.A. Ao final do contrato, o custo total estimado para a Linha 17 será de R$ 5,1 bilhões.

De acordo com o governo paulista, o novo contrato estabelece a execução dos trabalhos em um período de 18 meses, contando a partir da primeira ordem de serviço emitida em setembro de 2023. A conclusão das obras civis remanescentes está prevista para o início do segundo trimestre de 2025.

Neste período, e após, prosseguem outros trabalhos de implantação de sistemas e fabricação, fornecimento e testes de trens. A previsão é entregar a linha para a operação da concessionária e uso pelo público em 2026.

A gestão Tarcísio diz que a execução das obras civis da Linha 17 tem cerca de 80% de conclusão atualmente. Toda sua implantação, que inclui obras civis já realizadas, sistemas e trens, chegou a 60% de avanço.

Inicialmente, a linha teria 18 km de extensão. Mas o projeto foi reduzido para 8,3 km, com estações entre Aeroporto de Congonhas e Estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda.