O governador Tarcísio de Freitas disse que é contra a proposta de tarifa zero no transporte público em São Paulo.
Como mostrou o Mobilidade Sampa, a cidade de São Paulo deverá ter tarifa zero nos ônibus a partir de dezembro aos domingos ou no período noturno.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes na última sexta, dia 24, o governador afirmou que “não vê viabilidade” na proposta do prefeito de São Paulo em zerar a tarifa do Metrô e da CPTM, a exemplo do que o prefeito planeja nos ônibus do municípios.
Tarcísio disse que, para bancar a proposta, seria necessário tirar dinheiro de outras políticas públicas para bancar o sistema de transporte.
“Sou contra. Absolutamente contra. Não consigo ver viabilidade em você colocar o sistema que tem 8 milhões e 300 mil passageiros com tarifa zero. Que tem estrutura de custos completamente diferentes. Alguém já apresentou de fato a conta de quanto vai ser o subsídio? É hoje esse valor. Com a catraca livre vai ser mais…”, disse Tarcísio.
“Quanto você vai subtrair de outras políticas públicas para vir com a tarifa zero? Pra mim é algo que não se sustenta, não faz sentido e nós não vamos embarcar”, completou.
Subsídios às empresas de ônibus cada vez maiores
O pagamento em subsídios às empresas de ônibus na capital já atingiu o valor de R$ 5,3 bilhões neste mês de novembro é já o maior da história da cidade, pelo terceiro ano consecutivo.
Esse valor ainda deve crescer até o fim do ano, uma vez que 2023 ainda não terminou e, no ano passado, só no mês de dezembro, a Prefeitura desembolsou R$ 650 milhões para subsidiar o transporte público da cidade
Confira o gasto da prefeitura com as empresas de ônibus nos últimos oito anos:
- 2023: R$ 5,3 bilhões (até novembro)
- 2022: R$ 5,1 bilhões
- 2021: R$ 3,4 bilhões
- 2020: R$ 3,3 bilhões
- 2019: R$ 3,1 bilhões
- 2018: R$ 3,3 bilhões
- 2017: R$ 2,9 bilhões
- 2016: R$ 2,5 bilhões
Justificativa do prefeito sobre o pagamento extratosférico de subsídios
Nunes justificou o pagamento alto em subsídios no congelamento da tarifa de ônibus, no valor de R$ 4,40. Pra 2024 o valor deverá ser o mesmo, já que Nunes vai tentar se reeleger concorrendo à Prefeitura da capital.
“O aumento atual do subsídio é para manter a tarifa nos R$4,40. Sem ele, era para estar em torno de R$ 8. Nós tínhamos, em 2019, nove milhões de passageiros por dia. Hoje são apenas sete milhões. Nós estamos mantendo a tarifa congelada para poder atrair mais passageiros para o transporte coletivo e desincentivando o transporte individual. E a manutenção da tarifa baixa, faz parte desse processo”, declarou.