Em uma parceria inédita, a Veloe, hub de mobilidade e logística, e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), uma das mais respeitadas instituições de pesquisa do país, lançam o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, que acompanhará uma série de itens de impacto para o setor de transporte e logística, em especial os preços médios dos combustíveis. O monitoramento acontece em todo o Brasil, tornando-se uma importante ferramenta de gestão de preços e do impacto do custo do combustível no bolso das famílias.
Serão monitorados os preços de gasolina comum e aditivada; diesel comum e S-10; etanol hidratado; e gás natural veicular. Combinada à análise mensal dos preços dos combustíveis, a extensa base de dados da Veloe, e outras fontes complementares, o Monitor de Preços de Combustíveis (um dos conjuntos de indicadores que integra o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade) oferece um quadro de acessibilidade do combustível em diferentes regiões do Brasil. Esse indicador é calculado a partir do cruzamento de dados da renda média com o preço aplicado nos postos.
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Nesse cenário, será possível ter clareza sobre o quanto, de fato, o combustível pesa no orçamento mensal das famílias, por meio do Indicador de Poder de Compra de Combustíveis (outro indicador que compõe o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade). O dado relaciona o percentual da renda domiciliar mensal (apurado pela Fipe a partir de dados da PNAD/IBGE) necessário para abastecer um tanque com 55 litros de gasolina comum (capacidade média dos veículos de passeio).
Segundo o Panorama, o tanque de combustível com 55 litros de gasolina comum corresponde a 6,8% da renda média domiciliar nacional. O indicador apresentou uma queda de 2,5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, quando o indicador chegou aos 9,3% – o maior percentual da série histórica. Quando esse indicador diminui, a gasolina fica mais barata em relação à renda. Os dados são referentes ao terceiro trimestre de 2022 (último dado disponível pelo IBGE sobre renda dos domicílios).
Essa cesta de dados inclui ainda o Indicador de Custo-Benefício Flex, que relaciona os preços médios do etanol hidratado e da gasolina comum em diversas localidades do país.
Referência para o mercado
Um dos principais vetores da economia, o setor de combustíveis é peça-chave para o panorama da mobilidade em geral. O diretor-geral da Veloe, André Turquetto, reitera que a parceria com a Fipe reforça o compromisso da marca em se consolidar como referência para o setor de mobilidade e para a sociedade. “Entender essas variações de preços e seus impactos para empresas e famílias é essencial para o nosso setor”, comenta Turquetto. Segundo o executivo, o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade vai trazer mais inteligência para a gestão de frotas e transporte. “É uma fonte de informação altamente qualificada e confiável, com um nível de abrangência relevante para um país de dimensões continentais como o nosso”, destaca Turquetto.
Bruno Oliva, coordenador de Pesquisas da Fipe, destaca que a base de dados é composta por preços de mais de 20 mil postos de gasolina e será atualizada mensalmente, a partir da base de dados Veloe. “A quantidade e qualidade dos dados disponibilizados pela Veloe permitem a construção de indicadores precisos e abrangentes. O cálculo e divulgação dessas informações ao público geral, de forma organizada e de fácil acesso, permitirá às instituições públicas, privadas ou cidadãos interessados fazer análises para a melhor tomada de decisão. A Fipe acredita no poder da informação para melhorar o funcionamento dos mercados e é exatamente isso que será proporcionado com esse conteúdo”, afirma.
Destaques de janeiro
O Monitor de Preços de Combustíveis registrou preços médios nacionais por litro abastecido de R$ 5,108 para gasolina comum; R$ 5,246 para gasolina aditivada; R$ 3,919 para etanol hidratado; R$ 5,143 para o GNV; R$ 6,424 para o diesel comum; e R$ 6,502 para o diesel S-10.
Considerando o comportamento observado no acumulado dos últimos 12 meses, três dos seis combustíveis monitorados registraram decréscimo nos preços de mercado. O principal deles foi a gasolina comum, com queda de 23,6%. A gasolina aditivada apresentou queda de 22,8%. Já o etanol hidratado teve decréscimo de 22,6%.
Em contrapartida, os demais combustíveis analisados apresentaram aumento nos preços ao longo dos últimos 12 meses: o GNV variou em 11,2%, enquanto o diesel comum contou com acréscimo de 15,7%; e o diesel S-10 foi o que apresentou maior índice de aumento durante o período, de 15,8%.
Variação de preços
A gasolina comum, cujo preço apresentou um aumento de 2,8% em relação a dezembro de 2022, fechou o ano mais cara nos postos de combustíveis da região Nordeste do país. A região teve média de R$ 5,290. O Ceará, com média de R$ 5,626, foi o dois estado que apresentou maior valor.
Em contrapartida, o combustível teve seu menor valor nos postos da região Sudeste. A média da gasolina comum ficou em R$ 5,028. São Paulo, com média de R$ 4,968, foi o estado da região que registrou a menor média.
Ainda na gasolina comum, a variação de preços foi outro fator que chamou a atenção. O recuo mais acentuado se deu no Centro-Oeste, onde o valor do litro diminuiu 26% em comparação a janeiro de 2022. Já a menor variação aconteceu nos postos da região Nordeste, onde o combustível teve baixa de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.
O preço do etanol hidratado ficou mais baixo na região Centro-Oeste, onde o combustível foi vendido por R$ 3,731 o litro em média. O Nordeste do país teve a maior média de preços, com R$ 4,304 o litro, queda de 20,5% nos últimos 12 meses.
Em relação ao diesel comum, o menor preço foi praticado nos postos da região Sul, com R$ 6,243 em média. A região Norte contou com os maiores valores, com média de R$ 6,751. A região Norte foi a que apresentou maior variação de preços no acumulado do ano, com queda de 17,4% no período de 12 meses.
Peso do combustível na renda mensal
De acordo com o Indicador de Poder de Compra de Combustíveis, em janeiro de 2023, o tanque de combustível com 55 litros de gasolina comum era correspondente a 6,8% da renda média domiciliar nacional, o que representa uma queda de 2,5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.
Quando registrada apenas a renda média das capitais, o mesmo volume de gasolina equivalia a uma porcentagem menor na renda mensal das famílias: 4,4%. Entretanto, vale a ressalva de que o consumo em grandes centros urbanos pode ser comparativamente maior devido às distâncias percorridas nos deslocamentos e congestionamentos mais frequentes.
O que vale mais a pena: álcool ou gasolina?
Com os preços médios do etanol hidratado e da gasolina comum, o informe ainda oferece um indicador com o custo-benefício para os motoristas: o Indicador de Custo-Benefício Flex, que fornece um parâmetro para avaliação entre preço e rendimento no abastecimento de veículos leves tipo flex.
Em janeiro de 2023, o preço médio do etanol hidratado equivalia a 81,6% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina comum, uma oscilação discreta no comparativo com dezembro de 2022 (81,1%). É o maior nível desde dezembro de 2021, de acordo com a Fipe. Na média das capitais, a relação foi de 80,8% e atingiu também o maior patamar desde dezembro de 2021 (83,2%). Os números mostram que, considerando o rendimento médio de ambos os combustíveis, o abastecimento com gasolina oferece um melhor custo-benefício em relação ao etanol.
Nos parâmetros utilizados pela Fipe, considera-se que a gasolina é vantajosa quando o indicador for superior a 75%; indiferente entre 65% e 75%; o álcool é vantajoso quando o indicador for inferior a 65%. Os dados utilizados na construção dos indicadores do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade têm como fontes a Veloe, Fipe, ANP e IBGE.