Para especialista do IEEE, veículos elétricos podem chegar ao transporte público

A eletrificação veicular já é uma realidade na Europa. Diversas localidades no continente contam com uma ampla rede de estações de recarga e serviços de aluguel de carros elétricos por hora. O usuário retira o veículo em uma das estações e pode devolver em qualquer outro dos pontos espalhados pela cidade, pagando apenas pelo deslocamento.

No Brasil, serviços desse tipo devem surgir à medida que os veículos elétricos se popularizam no País. Mas as aplicações vão muito além do transporte individual. Euclides Lourenço Chuma, membro sênior do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia para a humanidade e pesquisador do CNPq na Universidade de Linköping, na Suécia, fala sobre as possibilidades para o cenário brasileiro.

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“A demanda por energia cresce constantemente em todo o mundo. Entretanto, as fontes não crescem na mesma velocidade, pressionando pela busca de novas soluções que tenham pouco ou nenhum impacto ambiental. Nesse sentido, a adoção de veículos elétricos pode ser uma boa alternativa para reduzir as emissões de CO2, principalmente em grandes centros urbanos”, diz Chuma.

Além do uso individual, os veículos elétricos são uma boa opção para o transporte público. “Mesmo em grandes extensões urbanas, como a região metropolitana de São Paulo, é possível implementar um sistema de ônibus movidos à eletricidade com a tecnologia atual. Isso traria diversos benefícios para a população. A redução nas emissões de CO2 melhoraria a qualidade do ar da cidade e contribuiria para evitar a formação das chamadas bolhas de calor. Além disso, haveria uma diminuição significativa da poluição sonora. Os motores elétricos são totalmente silenciosos, enquanto os atuais motores à diesel utilizados em ônibus são muito barulhentos”, afirma Chuma.

No transporte rodoviário de cargas, ainda há algumas restrições para uma maior eletrificação da frota no Brasil. Os caminhões elétricos hoje têm em média uma autonomia de 500 km. Isso permite uma integração livre de emissões de CO2 entre cidades próximas. Entretanto, viagens interestaduais ainda não seriam possíveis. Situação que deve mudar nos próximos. “À medida que surgem baterias mais eficientes, cresce a autonomia e a capacidade de carga de caminhões elétricos. Essa é uma área que vem evoluindo constantemente. Além disso, há uma série de novas tecnologias em desenvolvimento, como guard rails capazes de carregar veículos em movimento”, finaliza Chuma.

Sobre o IEEE

O IEEE é a maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Seus membros inspiram uma comunidade global a inovar para um futuro melhor por meio de seus mais de 420.000 membros em mais de 160 países. Suas publicações, conferências, padrões de tecnologia e atividades profissionais são recomendadas por diversos especialistas. O IEEE é a fonte confiável para informações de engenharia, computação e tecnologia em todo o mundo.