A bicicleta tem se tornado cada vez mais frequente na vida dos brasileiros. Seja para usar como transporte ou para a prática de lazer e esporte, o uso da bike, ou da magrela, tem ganhado ainda mais espaço durante a pandemia. Segundo levantamento da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), em abril de 2021 foi registrado um aumento de 100% nas vendas de bicicletas no Brasil, motivado pela economia com combustível cada vez mais caro e, principalmente, pela confiança de seus adeptos para prática de esportes de maneira segura contra o Covid-19.
O crescimento do uso da bicicleta fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarasse o dia 3 de junho como o Dia Mundial da Bicicleta. De acordo com estudo lançado em 2021 pela consultoria de mobilidade urbana Multiplicidade, com base na Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE, o Brasil conta com cerca de 33,2 milhões de bicicletas nas residências brasileiras. Somente em Goiás são mais de 1,3 milhão. Uma delas é do eletricista Mário Sérgio, que há mais de um ano optou em adotar a bicicleta como alternativa para manter a prática de atividades esportivas e os cuidados com a saúde.
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“Eu também gosto muito de jogar futebol, mas às vezes falho alguns dias, sem falar que eu pratico uma ou duas vezes por semana. Já a bicicleta eu uso todos os dias para ir trabalhar porque eu consigo aliar o deslocamento para o trabalho e praticar uma atividade física para deixar o meu corpo em forma”, destaca o eletricista, que pedala cerca de 16 km por dia do Jardim Bela Vista até o canteiro de obras do Talk Marista, residencial da GPL Incorporadora, localizado no setor Marista, em Goiânia.
Mário Sérgio afirma que as mudanças são nítidas em seu cotidiano, principalmente em relação ao bem-estar. “Eu estava bem acima do peso, mas agora eu consegui controlar isso e ainda chego mais disposto a trabalhar e fazer minhas atividades no cotidiano”, destaca. O trabalhador é um exemplo da importância das atividades físicas diárias. Segundo estudo publicado no British Medical Journal, ir ao trabalho de bicicleta representa um risco de morte por alguma doença grave, como diabetes e do coração, 41% inferior em comparação com quem faz o mesmo deslocamento de carro ou em transporte público.
Bem-estar e saúde
A GPL também tem buscado incentivar outros colaboradores a adotarem o uso da bicicleta. Uma das últimas iniciativas foi a construção de um bicicletário com peças descartadas dos canteiros de obras. De acordo com a coordenadora de segurança do trabalho e ações sustentáveis da GPL, Danielle Alves, a ideia de implantar o bicicletário surgiu ainda em 2020, já no período da pandemia.
“Percebemos que muitas pessoas passaram a vir de bicicleta para fugir das aglomerações dos ônibus. Depois, a gasolina ficou mais cara e outras pessoas passaram a deixar o carro ou a moto em casa para economizar. Por isso, decidimos fazer esse espaço com materiais reaproveitados das obras e espalhar algumas frases de incentivo para que os trabalhadores passassem a usar a bicicleta por questões de saúde e evitar o transporte coletivo”, explica Danielle.
A empresa também distribui cartazes pela obra mostrando os benefícios da prática dos exercícios físicos. Em um deles, a construtora elenca alguns benefícios da bicicleta para a saúde, como a queima de calorias, o aumento da disposição e resistência, prevenção de doenças crônicas e controle da ansiedade. “O objetivo é justamente incentivar a prática saudável por meio da conscientização dos trabalhadores. Ainda percebemos que os trabalhadores que vão de bicicleta acabam influenciando os demais”, finaliza a coordenadora.