SPTrans propõe o fim dos cobradores e sindicato promete greve em SP

A SPTrans enviou um oficio às empresas de ônibus para tratar do fim dos cobradores nos subsistemas estrutural e de articulação regional. Os dois subsistemas são operados pelas empresas “tradicionais”.

A partir do mês de abril de 2022, conforme aditivo à concessão das companhias de ônibus, as despesas com os cobradores não farão mais parte da tarifa atual de remuneração das viações como ocorre atualmente.

Desta forma, a partir de abril e a cada mês, a SPTrans vai deixar de pagar 2,5% do valor correspondente ao custo dos cobradores às empresas de ônibus.

As empresas terão de informar quais são os ônibus que poderão circular sem cobrador.

O Sidmotoristas, entidade sindical que representa os motoristas e trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano, prometeu realizar manifestações e até greve, para garantir o emprego desta categoria.

Para o presidente da entidade, Valdevan Noventa, a falta de diálogo e a desinteligência da gerenciadora só trarão prejuízos ao funcionamento do trânsito, uma vez que os cobradores têm um papel importantíssimo nos veículos, além de agravar, ainda mais, a situação social da cidade, uma vez que aumentará o desemprego.

“Mais do que cobrar passagens, os cobradores desempenham funções essenciais nos ônibus, ajudam os cadeirantes, deficientes físicos, controlam o uso dos assentos reservados, inibem situações de assédio e ainda ajudam passageiros a respeito de itinerários. E o desemprego? Vamos piorar a situação de 16 mil famílias?”, questiona Noventa, prometendo realizar mobilizações e paralisações na capital.

A SPTrans confirmou em nota sobre a remoção dos cobradores e disse que apenas 5,7% dos passageiros fazem o pagamento da tarifa em dinheiro atualmente. Veja a nota na íntegra:

“A SPTrans informa que desde 2014, todos os coletivos do sistema local já operavam sem cobrador.

Atualmente, no sistema estão cadastrados 14.041 cobradores. Em todo o sistema, apenas 5,7% dos passageiros fazem o pagamento da tarifa em dinheiro (dado de novembro de 2021). Com o avanço da tecnologia e cobrança automática das tarifas no transporte coletivo, esses profissionais já passam por programas de reciclagem nas empresas e são reaproveitados pelo sistema em outras atividades como: motorista, fiscalização, manutenção, administração, entre outras.

Não há determinação para retirar cobradores do sistema. Atualmente, já há uma transferência natural destes profissionais de, em média, 2,5% ao mês, para outras funções, em linhas elegíveis, ou seja, aquelas em que há possibilidade de operar sem esse tipo de função. No último aditivo contratual firmado junto às concessionárias, ficou determinado que a remuneração será ajustada mensalmente, a partir de abril, para considerar o custo efetivo da mão de obra na operação destas linhas”.