Os moradores de Votorantim, São Miguel Arcanjo e Salto de Pirapora, na Região Metropolitana de Sorocaba, foram surpreendidos neste sábado, dia 18 de abril de 2020, com a paralisação dos ônibus das linhas municipais operados pelo Grupo São João.
Os ônibus das linhas intermunicipais que ligam Votorantim e Sorocaba, Porto Feliz e Sorocaba, Boituva e Sorocaba, Piedade e Sorocaba, São Miguel Arncajo e Sorocaba, Araçoiaba da Serra e Sorocaba, Salto de Pirapora e Sorocaba, Piedade e Tapiraí, Pilar do Sul e Piedade também tiveram os serviços paralisados.
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O Grupo São João emitiu um comunicado à imprensa onde informou que o motivo da paralisação é por causa da intransigência do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região Metropolitana, que não aceitou o acordo proposto por meio da Medida Provisória 936 de 2020, de autoria do Governo Federal.
Entre as medidas propostas pela Medida Provisória, está a suspensão do contrato de trabalho pelo prazo máximo de 60 dias. Com a suspensão dos contratos, o Governo Federal arca com 100% do seguro desemprego devido aos trabalhadores, considerando seu salário nominal.
Diante dessa situação, o Grupo São João afirmou que não tem como mais como operar o transporte coletivo municipal em Votorantim, São Miguel Arcanjo e Salto de Pirapora, assim como o transporte metropolitano.
A EMTU informou à TV Tem que os passageiros atendidos pelas 23 linhas intermunicipais operadas pelo Grupo São João não serão desassistidos. O serviço será mantido com operadoras de transporte coletivo de outras regiões.
A Prefeitura de Votorantim informou que também foi pega de surpresa com a paralisação e estuda tomar as atitudes cabíveis dentro da lei.
Leia abaixo na íntegra o comunicado do Grupo São João:
“Devido à intransigência do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região em não aceitar o acordo proposta por meio da Medida Provisória 936/20, de autoria do Governo Federal – alegam perda aos trabalhadores, se é que pode ser considerada uma perda, já que o salário por hora trabalhada será superior ao que ganham atualmente -, o Grupo São João não tem mais como manter o transporte público urbano em Votorantim, São Miguel Arcanjo e Salto de Pirapora, bem como as linhas metropolitanas que ligam Votorantim/Sorocaba, Porto Feliz/Sorocaba, Boituva/Sorocaba, Piedade/Sorocaba, São Miguel Arcanjo/Sorocaba, Araçoiaba da Serra/Sorocaba, Salto de Pirapora/Sorocaba, Piedade/Tapiraí e Pilar do Sul/Piedade.
Classificamos como absurdo este posicionamento radical do sindicato em um momento em que a economia mundial enfrenta uma grave crise causada pela pandemia de coronavírus (Covid-19). Como os nossos colaboradores não podem ser incluídos na Medida Provisória 936 de 2020, já que o sindicato da categoria recusa, não temos condições de arcar com toda a mão de obra parada, tendo em vista que não há receita para isso.
Nossa receita nos transportes regulares – linhas urbanas e metropolitanas – está em torno de 10% da receita normal. Hoje não dá para pagar nem o diesel que utilizamos nos veículos e muito menos as demais despesas, especialmente a mão de obra – motoristas, cobradores, agentes de bordo, equipe de manutenção, limpeza e administrativo pessoal – que representa o maior custo disparado do sistema de transporte. Além disso, há as despesas com fornecedores em geral, bancos, prestadores de serviços, entre outros.
Infelizmente a administração pública estadual e municipal, apesar de estarem cientes das nossas dificuldades e acompanharem todo este processo, até o momento não se manifestaram no sentido de colaborar ou ao menos tentar amenizar a situação.
A empresa chegou ou já passou dos limites das suas condições para se manter ativa. Ou seja, não bastassem os vários desafios que já tínhamos, agora enfrentamos a pandemia de coronavírus.
Para finalizar, o sindicato que representa a categoria, ao invés de dar as mãos para nos ajudar a superar este momento crítico e a manter os empregos, parece querer acabar de vez com a empresa ao adotar uma postura totalmente insensível e intransigente.
Lamentamos por tudo e por todos. Estamos à beira de um colapso. Temos vivido um pesadelo esses dias. No caso do Grupo São João, são 56 anos que estão indo para o túmulo junto com mais de 970 famílias – empregados diretos – que vivem e fazem a nossa empresa ser o que é.”
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