O Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) declarou ao R7 que a capital paulista deve ter redução de 50% na frota de ônibus na próxima semana, com o objetivo de combater a proliferação do novo coronavírus.
O presidente da entidade, Valdevan Noventa, denuncia que a limpeza e higienização dos ônibus ao término de cada viagem, não vem ocorrendo, já que muitos ônibus param nos terminais e já seguem viagem.
“Não há quadro de funcionários para isso nas empresas e nem recursos. São três a cada 100 coletivos que cumprem a higienização”, explicou o presidente.
“São 4 milhões de pessoas que usam os veículos diariamente na capital paulista. Estamos buscando uma saída. Trabalhadores estão expostos nas ruas. Eles não são robôs. Alguns estão em pânico porque já tem casos suspeitos em diferentes garagens”, revelou Valdevan Noventa.
Valdevan Noventa revelou que uma empresa colocou álcool em gel por dois dias nos coletivos e gastou R$ 160 mil. “Não há dinheiro para isso”, disse. Prefeitura de São Paulo, sindicato e representantes da categoria estão debatendo a melhor forma para que a frota seja reduzida sem prejuízo aos trabalhadores e à população.
“Não teve liberação de todos os trabalhadores mais velhos, algumas empresas querem dar férias, mas há um limite mensal. Em uma, são 1500 funcionários, sendo que 400 com mais de 60 anos. Estamos negociando para garantir que, com a redução da frota, sejam garantidos os benefícios de todos os funcionários afastados e ao menos 50% dos salários”, destacou Valdevan Noventa.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes informou ao R7 que, por meio da SPTrans, já iniciou o processo de contratação das empresas de limpeza para a higienização dos ônibus nos terminais urbanos.
A promessa é de que o serviço vai começar pelos terminais Parque Dom Pedro, Santo Amaro, Bandeira, Pinheiros e Sacomã. Segundo a secretaria, os trabalhos serão estendidos, gradativamente, aos demais terminais.