Prefeitura de São Paulo lança Movimento pela Vida Segura no Trânsito

A Prefeitura de São Paulo lançou nesta sexta-feira, dia 29 de novembro, um movimento de conscientização sobre segurança viária, com o objetivo de mobilizar e engajar a população nos esforços para a redução do número de mortes e acidentes no trânsito. Ao longo de 2018, a capital paulista registrou 828 ocorrências fatais, que vitimaram 849 pessoas.

A ação, que envolve a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, a Secretaria do Governo Municipal e a Secretaria Especial de Comunicação, contará com uma campanha de comunicação, com investimento de R$ 20 milhões e duração de sete meses.

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A mensagem principal será o slogan “Hoje Não: um Movimento pela Vida Segura no Trânsito”, baseada no Plano de Segurança Viária – Vida Segura, apresentado pela Prefeitura de São Paulo em abril e que tem como objetivo transformar São Paulo em uma das cidades com tráfego mais seguro do mundo.

O Vida Segura é baseado nos conceitos de Visão Zero e Sistemas Seguros, que partem da premissa de que nenhuma morte no trânsito é aceitável e que todo mundo, inclusive o poder público, deve assumir sua responsabilidade para a redução dos acidentes.

Criado na Suécia em 1997, o Visão Zero já é usado como referência em cidades como Nova York, Cidade do México e Bogotá. Em São Paulo, este projeto está contemplado no Plano de Metas da Prefeitura de São Paulo (2019-2020).

Entre as mídias programadas para a campanha estão filmes de 30 e de 60 segundos para televisão aberta e fechada, spots de 30 segundos para rádios e boletins de dez segundos estimulando o respeito aos limites de velocidade, à sinalização de trânsito e alertando sobre práticas perigosas como dirigir após ingestão de bebida alcoólica e o uso do celular ao volante.

Também haverá veiculação da campanha na mídia impressa (jornais e revistas), digital (sites na internet), redes sociais e ações de impacto (intervenções em mobiliários urbanos), com o objetivo de promover a conscientização.

A campanha será dividida em três fases. A primeira fase é de mobilização. Nesta semana, entre os dias 26 e 28 de novembro, 849 pontos de ônibus da cidade foram identificados, cada um, como “VÍTIMA Nº XXX” – representando o total de mortos no trânsito em 2018 – para chamar a atenção para a campanha, hoje revelada.

A segunda fase, que começa ainda neste mês de dezembro, visa a proteção aos motociclistas. Em 2018, o número de óbitos de motociclistas em acidentes de trânsito, pela primeira vez, ultrapassou a quantidade de pedestres que morreram atropelados em São Paulo. Foram 366 vítimas fatais que estavam em motos, ante 349 pessoas a pé.

E, pelo histórico de fragilidade do pedestre no trânsito, o respeito aos pedestres será abordado na terceira fase da campanha de Segurança Viária, no primeiro semestre de 2020.

Novas ações de segurança viária em São Paulo

Consolidando a aplicação do Plano de Segurança Viária, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes dará início, simultaneamente com a campanha, à fase de obras das ações previstas no Vida Segura, contemplando todas as regiões da cidade.

Neste final de ano, começam as obras para implantação do programa Vida Segura na Estrada de Itapecerica. Com 9 quilômetros de extensão, ela é um importante corredor de ligação da Zona Sul, que faz divisa com Itapecerica da Serra. Em 2018, a via registrou nove acidentes fatais, com dez óbitos.

Um elevado número de motocicletas circula pela via, cuja velocidade máxima regulamentada é de 50 km/h, nos picos da manhã e tarde. Os principais problemas são as distâncias entre faixas de pedestres (de 100 a 600 metros), conflitos veiculares, calçadas estreitas e ausência de focos para pedestres em algumas travessias.

A ideia é implantar o rearranjo de geometria em cruzamentos, de modo a tornar a Estrada de Itapecerica uma via mais segura. As obras devem ser concluídas em 2020. Desde 2017, as iniciativas de Vida Segura foram adotadas pela Prefeitura de São Paulo nas marginais Tietê e Pinheiros, na Estrada do M’Boi Mirim e nas avenidas Celso Garcia e Carlos Caldeira Filho.

As obras de implantação das Áreas Calmas em Santana e São Miguel Paulista terão início agora no mês de dezembro. As Áreas Calmas têm a proposta de melhorar a segurança viária em regiões onde se concentram atividades comerciais e de serviços com fluxo intenso de veículos e movimentação de pedestres. A proposta também inclui a redução da velocidade máxima regulamentada nesses locais para 30 km/h.

O bairro de Santana, na Zona Norte, começou a receber melhorias em junho de 2018, com um projeto para acalmar a velocidade no cruzamento das ruas Salete e Doutor César. Foi criada uma rotatória, e o passeio foi estendido, dando maior conforto nas travessias.

Dois cruzamentos da avenida Cruzeiro do Sul – junto às ruas Doutor Olavo Egídio e Conselheiro Saraiva – foram reconfigurados, recebendo controlador semafórico mais moderno e canteiros divisores de fluxos. Ao todo, são previstos 18 projetos na região do entorno do terminal de ônibus e estação de Metrô Santana.

Na Zona Leste, São Miguel Paulista deverá receber intervenções de acalmamento de tráfego em locais como a Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra (Praça do Forró), a principal do bairro, e a Avenida Marechal Tito, cujas calçadas são atualmente estreitas.

Também em dezembro, começam as obras para implementação da Rota Escolar Segura da Cohab José Bonifácio, em Itaquera, na Zona Leste, com o objetivo de aprimorar a segurança viária nos caminhos mais usados por crianças e adolescentes entre seus lares e as unidades de ensino que frequentam.

O Jardim Nakamura, na Zona Sul, foi a primeira Rota Escolar Segura implementada na cidade, a partir de maio, após o lançamento do Vida Segura.

E, com foco na mudança histórica de prioridades para o trânsito da capital paulista, começa em 2020, o programa Travessia Segura. Até dezembro, a Companhia de Engenharia de Tráfego elaborará projetos para a extensão de calçadas em 100 pontos da cidade, ampliando e privilegiando os espaços destinados aos pedestres no viário paulistano.

As obras deverão ser realizadas ao longo de 2020 pela Secretaria Municipal das Subprefeituras, dentro do Plano Emergencial de Calçadas. Como piloto, sete pontos dentre esses 100 selecionados para obras de ampliação recebem, ainda neste ano, sinalização em pintura verde que aumentará o espaço destinado aos pedestres.

Os locais contemplados com a pintura serão:

  • Avenida Jaguaré (na altura da Praça César Washington Alves de Proença, na Zona Oeste);
  • Avenida Penha de França (no encontro com as avenidas Cangaíba e Gabriela Mistral, na Zona Leste);
  • Avenida Nossa Senhora de Sabará (no cruzamento com a Rua Daniel Defoe, na Zona Sul);
  • Estrada de Taipas (no cruzamento com a Avenida Dois e a Rua Philonilia Gonçalves dos Santos, na Zona Norte);
  • Avenida Rangel Pestana (entre a Praça Clóvis Bevilaqua e o Viaduto 25 de Março, no Centro);
  • Rua Simão Caetano Nunes (no trecho entre as ruas Gabriel Carozza e Henri Laube, na Zona Sul) e Avenida Arquiteto Villanova Artigas (na esquina com a Rua Giovanni Nasco, na Zona Leste).

Sete novos corredores da cidade também serão beneficiados, em 2020, com a implantação do Programa Pedestre Seguro, que vem ampliando em 20%, em média, o tempo da travessia nos cruzamentos semafóricos.

Eles se juntarão a 43 dos principais corredores da capital paulista que já receberam o programa e que representam, aproximadamente, 900 cruzamentos, como as avenidas Celso Garcia, Rebouças e Dona Belmira Marin.

Além da ampliação do tempo semafórico, a Companhia de Engenharia de Tráfego revitalizou e ampliou a sinalização horizontal e vertical e aumentou a fiscalização nessas vias para garantir o respeito às regras de trânsito.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes e da Companhia de Engenharia de Tráfego, vai ampliar ainda para toda a cidade a fiscalização de motocicletas em parceria com o Comando de Policiamento de Trânsito.

A Companhia de Engenharia de Tráfego e o Comando de Policiamento de Trânsito, juntos, também desenvolvem, de forma permanente, a Ação Motociclista Seguro.

Ela consiste em blitze educativas nas quais os condutores são parados e convidados a assistir a uma palestra de 15 minutos ministrada por um policial e um agente de trânsito e recebem instruções sobre temas como pilotagem segura, velocidade, frenagem e utilização dos equipamentos de proteção.

De janeiro a outubro, 4.080 motociclistas participaram dessa atividade de conscientização.

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