Veículo Elétrico Latino-Americano começa em São Paulo e apresenta soluções para mobilidade elétrica

A abertura da 15ª edição do Veículo Elétrico Latino-Americano aconteceu nesta terça-feira, dia 1º de outubro, às 9h, no Transamérica Expo Center, e contou com a participação de importantes representantes do setor e autoridades municipais e estaduais, entre elas Edson Caram, secretário municipal de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo.

Durante seu discurso, Edson Caram afirmou que a Prefeitura de São Paulo está trabalhando para evoluir a mobilidade elétrica e, em 20 dias, começará a circular na cidade 15 ônibus totalmente elétricos da BYD. Os veículos foram adquiridos por uma empresa local, com energia 100% limpa, proveniente de uma fazenda de sistema de energia solar. O excedente é compartilhado na rede, aumentando a sua capacidade.

Edson Caram, secretário municipal de Mobilidade e Transportes (Foto: Veículo Elétrico Latino-Americano)

O secretário apontou ainda que a cidade possui metas claras e ousadas para a redução de emissões, que estão previstas na política municipal de mudança climática e nos contratos que acabaram de assinar na nova concessão de transporte municipal.

As expectativas para 2020 são reduzir:

  • 24,8% nas emissões de material particulado;
  • 20,5% nas emissões de oxido de nitrogênio;
  • 13,6% nas emissões de dióxido de carbono.

Em 2030, a redução deverá ser de:

  • 91,3% em material particulado;
  • 90,7% nas emissões de oxido de nitrogênio;
  • 60,3% nas emissões de dióxido de carbono.

“O Veículo Elétrico Latino-Americano é um evento muito importante para a cidade de São Paulo e para quem pensa em mobilidade no futuro. O que nós precisamos realmente é trabalhar e incentivar a vinda do veículo elétrico para a cidade, pensando nas emissões de gases e na redução. Se possível zerá-la”, conta Edson Caram.

Além do secretário, estavam presentes:

  • Henrique Domakiski, superintendente geral da inovação do Governo do Estado do Paraná;
  • José Police Neto, vereador da cidade de São Paulo e entusiasta da Micromobilidade;
  • Gilberto Natalini, médico e vereador da cidade de São Paulo;
  • Ricardo Guggisberg, presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos;
  • Diego Carvalho, diretor do portfólio da NürnbergMesse Brasil;
  • Jorge Tomasi, presidente da FIA Região IV – LATAM e VP mundial para mobilidade e turismo;
  • Roberto Braun, diretor de Relações Governamentais e Regulamentação da Toyota do Brasil;
  • Sérgio Habib, presidente do Grupo SFH;
  • Marcos Aguiar, diretor de relações institucionais da Renault.

A apresentação foi moderada por Vinnicius Vieira, curador do C-Move (Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos) e sócio da Hiria.

Painel do Veículo Elétrico Latino-Americano discute cidades inteligentes e sustentáveis

No Veículo Elétrico Latino-Americano, Diego Conti, professor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo de São Paulo e Uninove; Caio Castro, sócio do iCities e líder no Smart City Expo World Congress Brasil; e Tamar Roitman, pesquisadora na Fundação Getúlio Vargas discutiram sobre o que são cidades inteligentes e como alcançá-las.

Diego Conti conta que algumas cidades do Brasil já apresentam boas práticas, apesar da política do asfalto. O professor apontou também que alguns prefeitos discutem a expansão de ciclovias, visando tornar as viagens mais sustentáveis, enquanto outros debatem as políticas de calçadas, já que, em termos de mobilidade urbana, a maior parte dos cidadãos realiza seu deslocamento a pé.

Já Caio Castro aponta que temos tecnologia em abundancia, e precisamos aprender a utilizá-la. Para isso, é necessário se preparar para um novo mindset de mudanças, a fim de atingir a qualidade de vida desejada. O especialista ainda afirma que não teremos uma troca de veículos a combustão por elétricos, mas sim uma revolução urbana com as cidades inteligentes, integrando tecnologias como inteligência artificial e internet das coisas, entre outras.

Congresso discute Brasil versus China e aponta desafios para eletrificação

Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos (Foto: Veículo Elétrico Latino-Americano)

O Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos, apresentou cenários e perspectivas para o ecossistema da mobilidade elétrica no Brasil e no Mundo. Bernardo Ferreira e Felipe Fava, associate partners da Mckinsey, trouxeram comparativos do mercado brasileiro com outras regiões de desenvolvimento elétrico no mundo, como a China.

Devido aos subsídios do governo, a China é o país com maior número de postos de recarga, viabilizando modelos 100% eletrificados. Já o Brasil, por conta da sua infraestrutura em desenvolvimento, deve atingir, por exemplo, o patamar de 1% de caminhões elétricos somente em 2030. Vinte anos depois, em 2050, a perspectiva é que este número suba para 11%.

O mercado de veículos comerciais pesados foi destaque também quando o assunto é custo dos caminhões. Por conta do peso da bateria, distâncias percorridas e do valor do combustível, a paridade de preços com os modelos movidos a diesel é ainda um desafio. Há também a barreira da infraestrutura de postos de recarga em um território tão grande.

Público testa modelos elétricos e híbridos em primeira mão no Veículo Elétrico Latino-Americano

Os visitantes do Veículo Elétrico Latino-Americano aproveitaram o primeiro dia do evento para dirigirem os diversos híbridos e elétricos disponíveis no local. O destaque ficou por conta da pista de testes ser dentro do pavilhão. Afinal, com o avanço da tecnologia, os modelos do futuro não emitem ruídos e nem fumaça.

Entre os veículos disponíveis, estão as novidades do momento, o novo Corolla Híbrido Flex, da Toyota, primeiro modelo do mundo a contar com essa tecnologia, e o Arrizo 5e, recém-lançado pela CAOA CHERY, que também disponibiliza o Tiggo 2e para test drive. A Renault, com os modelos Zoe, Kangoo e Twizzy; e a JAC, com iEV20 e iEV40, completam a gama.

Tiggo 2e da CAOA CHERRY, à direita (Foto: Veículo Elétrico Latino-Americano)
Modelos iEV20 e iEV330P da JAC (Foto: Veículo Elétrico Latino-Americano)
Modelos Zoe e Kangoo da Renault (Foto: Veículo Elétrico Latino-Americano)

“É um prazer ver que esse evento está tendo um mercado correspondente ao esforço realizado pelas montadoras. O Corolla é um exemplo, fechando o mês de setembro com quase 2.500 vendas da nova versão híbrida. As pessoas podem vir até a feira para conhecer e testar os carros, sendo uma oportunidade para um primeiro contato com a nova mobilidade e com a eletrificação”, destaca Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota do Brasil.

IPSOS apresenta pesquisa inédita sobre o comportamento do consumidor versus veículos híbridos elétricos

Nesta terça-feira, dia 1º de outubro, durante o Congresso Brasileiro de Mobilidade e Veículos Elétricos, que acontece paralelamente ao Veículo Elétrico Latino-Americano, no Transamérica Expo Center, a Ipsos apresentou um estudo inédito, focado no comportamento do consumidor em relação aos veículos híbridos elétricos.

Segundo dados da pesquisa divulgada pela Ipsos, atualmente, os dois fatores que mais incomodam os motoristas nos veículos movidos a combustão são a emissão de poluentes e o elevado preço do combustível. Ainda de acordo com o estudo, entre o público entrevistado ficou evidente que os homens, da geração Z e com maior renda são os mais familiarizados com o tema.

Outro dado relevante da pesquisa mostra que 80% dos entrevistados compraram veículo híbrido devido à economia de combustível. Além disso, 55% dos que já possuem um híbrido afirmam que na próxima troca de carro será por um novo híbrido ou elétrico.

Com base nessa pesquisa, também foi possível identificar que o veículo elétrico ideal para o brasileiro deve contemplar alguns atributos, como ter tempo de carregamento entre 20 e 30 minutos, autonomia entre 200 quilômetros e 300 quilômetros, ser carregado uma vez ao dia, ter a mesma linha de design em relação aos carros a combustão e ter a energia elétrica como fonte primária, entre outros.

Os tipos de empresa que moverão esse setor, pelo estudo, estão divididos da seguinte forma:

  • 80% pelas montadoras tradicionais;
  • 28% por empresas de tecnologia;
  • 19% por empresas de car sharing.

O estudo também detectou alguns pontos que devem ser avaliados para melhorar as condições e estimular a maior demanda por automóveis elétricos no Brasil. Confira os principais:

  • Para 35% dos participantes da pesquisa não há facilidade para encontrá-los no mercado
  • 33% afirmam que não é fácil encontrar estações de carregamento
  • 32% avaliam como de alto custo geral
  • Para 30% os modelos atrativos são muito caros
  • 29% acreditam que a autonomia não é adequada para percorrer longas distâncias

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