Umicore debate sobre a reciclagem de baterias para veículos elétricos
No segundo dia do C-Move (Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos), um dos principais debates foi em torno dos desafios e soluções para melhorar a competitividade do segmento de baterias e atender a demanda de veículos elétricos no Brasil.
Dentro deste contexto, Ricardo Rodrigues, gerente Comercial da Unidade de Recicláveis da Umicore para a América Latina, reforçou a importância de desenvolver um processo de logística reversa para a correta destinação das baterias usadas nos veículos elétricos no País. A unidade da empresa, em Hoboken, na Bélgica, tem capacidade para processar 7 mil toneladas de baterias anualmente.
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“É a primeira vez que participo como palestrante deste evento. Trata-se de uma oportunidade bastante enriquecedora, na qual abordei o processo de recuperação dos principais metais contidos nas baterias em final de vida, tais como cobalto, níquel e cobre. E também sobre o seu retorno ao ciclo produtivo como matéria-prima para a fabricação de novas baterias. No Brasil, ainda precisamos avançar junto aos fabricantes e coletores de baterias para que o processo seja eficiente para toda a cadeia”, comenta Ricardo Rodrigues.
Innolith inicia segundo dia de palestras do C-Move
Julian Tanner, chefe de marketing da Innolith, empresa suíça focada no desenvolvimento de tecnologia de baterias, abriu o segundo dia de palestras do C-Move (Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos).
Em sua apresentação, o executivo abordou os principais desafios que os veículos elétricos encontram atualmente, destacando que, apesar dos esforços dos governos no mundo todo, ainda há uma relutância por parte do consumidor final. Entre os principais impedimentos, autonomia, alto custo e segurança das baterias.
“Ainda há uma resistência do público devido à duração da bateria, demora para recarga e pouca disponibilidade de eletropostos. Aliado a isso, temos o custo elevado do produto e o receio em relação à segurança, por conta do risco de incêndio”, comentou.
Julian Tanner destacou também o caminho para a evolução do componente a fim de mitigar os obstáculos – custo menor que 100 kW/h, densidade energética maior 700 Wh/kg e material não-inflamável.
DHL apresenta sua “missão 2050: zero emissões” durante congresso de mobilidade elétrica
Durante o C-Move (Congresso da Mobilidade e Veículo Elétrico), Francisco Magri, diretor de soluções e design da DHL, palestrou para o público presente um pouco sobre as iniciativas sustentáveis da empresa.
Com a “missão 2050: zero emissões”, a DHL vem aplicando alternativas sustentáveis de negócios no Brasil e no mundo. Há soluções de entregas implantadas globalmente, como veículos estacionados para reduzir deslocamentos, entrega com bicicletas, aplicativo que conecta pessoas para otimizar entregas, entre muitas outras.
Mundialmente, a empresa possui uma frota de 100 mil veículos elétricos. Desse total, no Brasil há 11 mil e a primeira frota foi implantada em 2016. “As questões de infraestrutura e capacidade de produção de veículos elétricos são alguns desafios que enfrentamos no País. Mas, certamente, serão superados”, finaliza Francisco Magri.
Para o congressista Cassiano Molognoni, gerente da Denso, os conteúdos apresentados serão de grande valia. “Há muita informação nova, que poderá estimular a nossa imaginação para pensar em novas aplicações no mercado de híbridos e elétricos.”
Como é a vida de quem tem um veículo elétrico?
A experiência de usuários de veículos elétricos é mais um dos destaques do C-Move (Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos). Marcelo Dejon, da ABRAVEI (Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores) e Clemente Gauer, engenheiro de Sistema na Apple, compartilharam um pouco do dia a dia a bordo de um veículo elétrico.
Com o seu Chevrolet Bolt, Marcelo Dejon se locomove com conforto para o trabalho, faculdade e lazer. Seu carro tem autonomia de 400 quilômetros e zero manutenção. “Sou fã do meu carro, principalmente, pela questão da sustentabilidade. Rodando com ele, contribuímos com mais de 7 toneladas de CO2 a menos emitidos na atmosfera”, explica Marcelo Dejon.
Clemente Gauer, um apaixonado por carro, após adquirir um Mitsubishi i-MiEV usado, para economizar, rodando em São Paulo, se encantou pelos elétricos. Seu Mitsubishi i-MiEV, carinhosamente apelidado de Malboro, tem muitos benefícios. “Vale a pena ressaltar que o veículo é silencioso, possui zero manutenção nos primeiros 100 – 200 mil Km, o seu tanque está cheio todos os dias e sofre menor desvalorização, entre outros”, complementa Clemente Gauer.
Para a congressista Letícia Rocha, a rodada de palestras está bem interessante. “Além de conhecer um pouco da história do Marcelo e do Clemente, estou aprendendo muito sobre os veículos elétricos.”
Montadoras são destaque no Veículo Elétrico Latino-Americano
O Veículo Elétrico Latino-Americano esteve repleto de novidades para os visitantes. No estande da Toyota, por exemplo, esteve em exposição o Novo Corolla, com inédito sistema híbrido que combina três motores, sendo dois elétricos e um a combustão com tecnologia flex e transmissão Hybrid Transaxle (CVT).
“Considero esse evento um importante espaço para apresentar o que há de mais moderno em termos de veículos elétricos produzidos no Brasil e no mundo”, enfatiza Thiago Sugahara, Gerente de Relações Governamentais da Toyota do Brasil.
Outra novidade ficou por conta do Arrizo 5e, da CAOA CHERY, que inicia sua estratégia de eletrificação no mercado brasileiro. Com motorização 100% elétrica, o veículo traz baterias de íons de lítio com capacidade de carga de 53,5 kWh.
Dentre outros atributos, vale destacar a autonomia que chega a 322 quilômetros (conforme norma do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular), auxiliada ainda por um sistema de regeneração de energia (Energy Recovery), que atua com sete diferentes níveis, sendo quatro padrões e três adicionais.
“O evento e, na minha opinião, está muito interessante. Tive a oportunidade de sentir a condução dos veículos, acessá-los para conhecer, pois, até então, conhecia apenas pela Internet”, comenta Danyee Batista, visitante do evento.
Os visitantes também puderam conferir os destaques da Renault. A montadora participa desse evento há cinco edições. Este ano, estiveram em exposição o Zoe, que já é vendido no Brasil e tem autonomia de 300 quilômetros; o utilitário Kangoo, com autonomia de 200 quilômetros; e o Twizzy, maior sucesso entre o público, que estará a venda no Brasil em seis meses.
“Para a Renault, o carro elétrico não é o futuro. É o presente e estamos apostando todas as nossas fichas. A expectativa é que este evento cresça e, para o próximo ano, o foco seja ainda maior em mobilidade urbana”, avalia Sílvia Barcik, diretora de Mobilidade Sustentável.