Eu recebi o convite da HDI Seguros para participar do 1º Summit de Mobilidade que aconteceu no Distrito Fintech, na quarta-feira, dia 23 de outubro de 2019, onde foram debatidos os principais desafios da mobilidade para a geração atual e as gerações futuras e os novos hábitos de consumo que exigem novas soluções e segurança.
Os dois painéis foram mediados por Ana Luiza Dal Pian, Gerente de Produto da HDI Seguros, com a participação de representantes da Bikxi, Riba Share, Santuu, Turbi, VAH e Waze Carpool.
Painel 1: Principais desafios da mobilidade para a geração atual e as gerações futuras
Neste primeiro painel, os debatedores presentes foram: Danilo Lamy, Fundador e CEO da Bikxi; Rodrigo Del Claro, CEO da Santuu; e Márcio Bern, CEO da VAH.
Mais mobilidade na vida das pessoas
A primeira pergunta foi como introduzir a mobilidade urbana na vida das pessoas que são acostumadas a andar com seu carro próprio? Como quebrar essa barreira?
“Experimentar primeiro a mobilidade, você vê a cidade de uma maneira diferente, o conceito de mobilidade urbana surgiu há pouco tempo na França, lá testaram as bicicletas, aqui em São Paulo temos 500 quilômetros de ciclovias, ainda é pouco, muitas pessoas usam dois modais para ir ao trabalho, como táxi e bicicleta, sugiro experimentar um modal diferente”, disse Rodrigo.
“As pessoas passam duas, três horas por dia no carro, os custos mensais como IPVA pesam no bolso, precisa-se criar uma revolução cultural de experimentar que sobrevivemos sem o carro”, comentou Márcio.
“A tecnologia cada vez mais vai permitir que as pessoas experimentem outros modais”, disse Danilo.
“Curta o caminho no trajeto que você faz de bicicleta, esses novos modais, as pessoas precisam ter ponto de apoio, pois muitas tem receio de onde tomar banho, que vão suar muito, onde guardar as coisas, a segurança no meio do caminho”, disse Rodrigo.
Rodrigo comentou sobre o grupo GT Bike criado para discutir mobilidade sobre bicicleta na cidade e também citou que o imposto sobre a bicicleta elétrica é mais caro do que o imposto sobre o carro.
Danilo relembrou que “no começo das ciclovias disseram que as pessoas não usariam, mas usaram, as calçadas também fazem parte da mobilidade, precisamos pensar nas cidades e repensar os modais, no passado as cidades foram desenhadas para os carros”.
Rodrigo informou que o contador de ciclistas da ciclovia da Avenida Brigadeiro Faria Lima recentemente atingiu a marca de 1 milhão e 700 mil ciclistas, “alguns passam duas vezes, 40% da mobilidade hoje é a pé ou de bicicleta”.
Modernidades
Em um outro momento do painel, Ana Luiza comentou que as pessoas com 60 anos ou mais, não estão acostumadas com tanta modernidade como o Uber, para eles é muito estranho andar com estranhos dentro de um carro, os debatedores comentaram seus pontos de vista.
“Antigamente tínhamos que pedir táxi por cooperativa, eram apenas duas 2 linhas de metrô, a Norte e a Sul, as empresas de bicicletas e patinetes compartilhados empregam 4.000 pessoas direta ou indiretamente”, disse Rodrigo.
Márcio, destacou os atuais meios de pagamento para a revolução da mobilidade, já que antigamente pagar um táxi era somente por dinheiro ou cheque.
Locomoção com segurança
“A questão da segurança, quem anda de bicicleta não pode esquecer dos itens de segurança, temos que proteger os outros nas ciclovias”, disse Rodrigo.
“Vejo que as pessoas estão respeitando mais os pedestres e os ciclistas, mas ainda é preciso ficar atento a quem anda de bicicleta ou outro modal’, disse Ana Luiza.
Rodrigo frisou para as ciclovias não serem somente nas áreas mais nobres, mas também estarem presentes em outras áreas da cidade, “os responsáveis pela cidade fazem os planos, mas eles não saem do papel”.
Educação
No final do painel, os participantes da plateia puderam fazer perguntas aos debatedores, eu vou destacar aqui a pergunta de um participante sobre a educação das pessoas que andam de bicicleta e dos pedestres que deveriam estacionar os patinetes no local certo sem atrapalhar as demais pessoas.
Ele citou a Holanda, onde a convivência entre bicicletas e pedestres é mais intensa, ele citou também que as startups em nosso País não falam de educação primária básica, como andar de patinete, como usar o cinto de segurança, jogar o lixo na lixeira. Como educar as pessoas de uma maneira geral? Multar é uma solução? Ele citou que as startups pensaram primeiro no modelo de negócio e deixaram o humano pro segundo plano.
Rodrigo disse que atualmente existem 9 seguradoras que tem plano de seguros para bicicletas, elas lançaram 6 ou 7 produtos para atender os ciclistas.
“No começo as empresas só pensaram em testar os negócios e acabaram deixando a educação para depois, têm que tomar cuidado para não punir tanto, porque pode desestimular as pessoas”, disse Danilo.
Rodrigo também citou que na Suécia pessoas são extremamente educadas.
Painel 2: Novos hábitos de consumo exigem novas soluções e segurança
Neste segundo painel, os debatedores foram: Ricardo Cabral, CEO da Riba Share; Thiago Mendonça, CEO da Turbi; e Douglas Tokuno, Diretor LATAM da Waze Carpool.
Apresentação
- Douglas disse que o Brasil é o maior mercado do Waze Carpool do mundo;
- Thiago comentou que o aplicativo de compartilhamento da Turbi existe há dois anos;
- Ricardo comentou que a Riba Share trabalha com scooters elétricas, a empresa completou 11 meses de operação, “ela veio pra mudar a cultura de como as pessoas se locomovem”.
“Muitas pessoas gastam R$ 500,00 por mês de combustível para ir trabalhar, na Carpool a pessoa pode dividir esse dinheiro, compartilhando o carro, permitindo que as pessoas mudem seus hábitos”, disse Douglas.
Thiago comentou que São Paulo e Rio de Janeiro são consideradas as top do Uber no Brasil. Ele citou que tem cases de pessoas que tiveram mais lucro e produtividade usando os carros compartilhados.
Se algo der de errado com o negócio, existe um plano B?
Douglas aprendeu ao longo do tempo com os usuários, que tipo de alerta criar, ele disse que as pessoas fazem grupos no Whatsapp para se conhecer, mas sempre voltam a se falar no Carpool.
“Estamos preparados para lidar com erros, o nosso suporte responde rapidamente”, disse Thiago.
“Gastamos tempo para as coisas não darem errado”, disse Ricardo.
Segurança dos usuários
“Hoje fizemos parceria com o iFood, para controlar o motoboy que leva a comida do restaurante para o consumidor final (o iFood está cada vez mais preocupado com o trajeto dele), há alarmes monitorando a rota deles”, disse Ricardo.
“Aprendemos com o usuário que era necessário colocar insufilm no carro por questão de segurança, quando anunciamos, 90% dos que procuram os carros são os homens, as mulheres são apenas 10%”, disse Thiago.
“As pessoas podem checar os dados do usuário antes de dar a carona, elas colocam também suas redes sociais, no aplicativo têm grupos para as pessoas trocarem ideias, as mulheres preferem dar carona para outras mulheres por se sentirem mais seguras no carro”, disse Douglas.
“O Waze for Cities têm cerca de 5.000 cidades parceiras, as cidades de Florianópolis e Brasília por exemplo que são mal atendidas por ônibus, o Carpool chegou pra atender esses lugares”, comentou Douglas.
“No aplicativo o usuário precisa ter Carteira Nacional de Habilitação, seguro obrigatório e há limite de duas carona por dia”, disse Douglas.
“Fazemos sistema antifraude, reconhecimento facial e reconhecimento da Carteira Nacional de Habilitação”, comentou Thiago.
Considerações finais
Eu agradeço muito à HDI Seguros pelo convite para ter participado do 1º Summit de Mobilidade realizado pela empresa. Os temas debatidos vão de acordo com o que justamente penso e comento no meu dia a dia, que as pessoas acostumadas a andar com seu carro próprio, devem testar novas formas de se locomover pela cidade e achar não somente uma, mas várias alternativas.
Quando debateram sobre educação dos usuários, os debatedores comentaram um ponto chave principal que sempre discuti com outras pessoas, as empresas devem sempre lançar campanhas de educação para qualquer que seja o modal, fazer algo de maneira diferente, em alguns casos deve ser impactante, pois como eu sempre digo, muitas pessoas infelizmente não exercem seu papel de cidadania nos dias de hoje.
Sobre a HDI Seguros
A HDI Seguros trabalha para ser uma empresa humana, digital e inovadora. São mais de 1,2 mil colaboradores cuidando de 2,5 milhões de segurados nos ramos de automóveis e residências, principalmente, o que a torna a quinta maior seguradora Auto e sexta maior em residência, com base nos dados de mercado sobre prêmios diretos emitidos em 2018, consolidados por grupo segurador.
A HDI Seguros conta com 49 filiais, 18 escritórios e 46 unidades de atendimento a sinistro, os HDI Bate-Prontos.