Inteligência e inovação como chave para o futuro

Lukas Neckermann, autor dos livros “The Mobility Revolution”, “Smart Cities, Smart Mobility” e “Corporate Mobility Breakthrough” e consultor de mobilidade reconhecido mundialmente, definiu, em sua palestra na V Conferência Global PARAR – Welcome Tomorrow 2017, a Smart Mobility como o sistema circulatório das Smart Cities, ou seja, é essencial para que as cidades funcionem de forma mais efetiva e inteligente.

No entanto, para que a Smart Mobility se torne uma realidade, é preciso repensar e reconstruir muito da realidade atual da mobilidade. Lukas Neckermann explica que a nova mobilidade é elétrica, autônoma, conectada e compartilhada, o que exige mudança de diversas áreas, possibilitando uma mobilidade zero posse, zero acidentes e zero emissões, o ideal da Smart Mobility.

Quando o assunto é zero posse, a mudança já é perceptível. Segundo uma pesquisa da Deloitte, 55% dos usuários de compartilhamento de veículos já questionam a necessidade de ter carro próprio. Entre as gerações Y e Z, esse número sobe: 62% dos jovens acredita ser dispensável a posse de um veículo.

A solução para essas pessoas são os aplicativos de caronas e de compartilhamento de veículos, como a Cabify, que oferece soluções de compartilhamento inclusive de frotas corporativas.

Outra alternativa para o fim da posse de veículos é o carsharing. Quantas horas por dia seu carro fica ocioso? Essa reflexão faz despertar a ideia de que nem sempre um carro próprio é necessário, já que ele passa tantas horas parado e faz deslocamentos que podiam ser feitos de outras formas, como de transporte público ou com carona.

Na Suíça, o carsharing foi implantado como uma parte integrada ao transporte público, que funciona como mobilidade intermodal – uma saída inteligente para percursos que exigem diferentes modais para o trajeto.

“As pessoas não querem mais um carro, querem se mover. Se elas querem comprar um carro, ele será um veículo autônomo, que o levará para qualquer lugar sem que exista a necessidade de pilotá-lo. Essa é a revolução da mobilidade”, acredita Lukas Neckermann.

Enquanto a chave para a zero posse está mais ligada a uma mudança de mindset, uma mobilidade zero acidentes está diretamente ligada à tecnologia. Segundo um levantamento do governo estadual de São Paulo, 94% dos acidentes fatais que ocorrem no estado são causados por falha humana.

A tecnologia autônoma já existe e é eficaz, no entanto, colocar esses veículos nas ruas é o maior desafio. Como Lukas Neckermann ressalta, para se ter mobilidade inteligente é preciso ter cidades inteligentes.

As cidades precisam ter estruturas físicas preparadas para esses veículos, com ruas e sinalizações padronizadas, além do desenvolvimento de legislações específicas para esses veículos.

A revolução da mobilidade, no entanto, não para por aí. Nem tudo é sobre carros. Algumas soluções práticas de mobilidade não precisam de grandes investimentos em infraestrutura, são soluções simples, mas que impactam diretamente o nosso dia a dia no trânsito.

Repensar nossa rotina, de forma que ela fique mais fácil e nos ajude a poupar tempo é uma forma efetiva de tornar a mobilidade mais inteligente. O home office é uma opção que tem feito sucesso: quando o trabalho é em casa, não é necessário deslocar-se e gastar tempo e dinheiro para isso.

O Home Agent é uma agência de call center que funciona 100% em home office, alguns de seus funcionários gastavam quase quatro horas em seus deslocamentos para o trabalho e agora usam essas quatro horas como mais tempo para ficar com a sua família e fazendo atividades de lazer e entretenimento.

Outra solução inteligente é desenvolver complexos nas sedes das empresas. Esses complexos incluem salões de beleza, academias, centros médicos e laboratoriais, oficinas mecânicas, cursos de línguas, restaurantes e lanchonetes, entre outras coisas, dentro do próprio prédio da companhia.

No Brasil, o Santander, junto com a consultoria WRI Cidades Sustentáveis, transformou sua nova sede em um centro comercial completo, evitando que seus colaboradores tivessem que se deslocar para realizar tarefas simples e essenciais no dia a dia de qualquer um.

Além disso, passaram a utilizar fretados que levam os colaboradores até as estações de transporte público mais próximas.

As cidades precisam trabalhar para desenvolver um plano de mobilidade completamente inteligente, que possibilite a projeção de centros urbanos mais eficientes, planejados mais para pessoas do que para modais.

É preciso que empresas, pessoas e cidades estejam empenhadas em trabalhar juntas para criar uma nova realidade de mobilidade, que seja mais segura, limpa, eficiente e compartilhada.

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