O prefeito João Doria completa nesta segunda-feira (10/04) cem dias como prefeito da cidade de São Paulo. João Doria teve compromissos em todos os dias de trabalho, incluindo sábados e domingos. O prefeito diz que trabalha de 16 a 18 horas por dia e que vai manter este ritmo em toda a sua gestão.
Neste fim de semana o prefeito concedeu entrevista ao portal G1 e aos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo onde comentou sobre o limite de velocidade nas marginais, as metas para mobilidade urbana em sua gestão, a eliminação dos cobradores de ônibus até 2020, se irá aumentar a tarifa dos ônibus em 2018, ajustes dos aplicativos de transportes e a licitação para o transporte na cidade.
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LIMITE DE VELOCIDADE NAS MARGINAIS
Durante as eleições em 2016, João Doria prometeu aumentar os limites de velocidade para até 90 km/h nas marginais Pinheiros e Tietê e melhorar a sinalização e o serviço de apoio aos motoristas. Conforme prometido, no final de janeiro aumentou os limites nas marginais e ampliou o número de agentes de trânsito, câmeras e frota de apoio. Agora o desafio é conter as ocorrências de acidentes com vítimas, evitar novas mortes e melhorar a fluidez do trânsito.
Em entrevista ao portal G1, o prefeito garantiu que não pretende reduzir o limite de velocidade nas marginais. Confira abaixo um trecho da entrevista:
G1 – Em dois meses, cinco motociclistas morreram em acidentes nas marginais Tietê e Pinheiros. Uma das metas do senhor é reduzir esse número de acidente e mortes em toda a cidade? Como impedir que esse número cresça com tantos acidentes ocorrendo?
João Doria – Com campanhas educativas, coisa que não foi feita no passado e deveria ter sido feita. Nós temos que investir em campanhas educativas. É preciso melhorar a disciplina dos motoristas, tanto de motocicletas como de veículos, inclusive de utilitários como caminhões e ônibus. Nós temos de fazer mais investimentos em programas educativos. A primeira campanha começa agora no final de abril e início de maio. São dois focos específicos. Um para o respeito aos motociclistas e também alertando os motociclistas a terem maior cuidado e prudência sobretudo na utilização das vias rápidas, vias expressas, avenidas e nas marginais e também nas rodovias que circundam a cidade. O segundo é a não utilização do celular enquanto as pessoas estão dirigindo. O celular é responsável por 80% dos acidentes em automóveis em São Paulo pelo inadequado ou em dados ou em voz. Por favor, não usem celular de nenhuma forma enquanto estiverem dirigindo. Nem mesmo com veículo parado, exceto se estiver estacionado e com o motor desligado. Fora disso, não uso porque você está sujeito a um acidente. Dois segundos é tempo suficiente para em uma distração provocar um acidente.
G1 – Prefeito, mas se esse número de mortes nas marginais continuar subindo o senhor pode rever a questão do aumento do limite de velocidade?
João Doria – Nada tem a ver com o aumento da velocidade. Não houve nenhum acidente desde 25 de janeiro que tenha sido motivado por excesso de velocidade. Nem no limite dos 90 km/h, na pista expressa, nem por excesso de velocidade. Os acidentes nas marginais foram 82% com motociclistas e lamento dizer que por imprudência da maioria deles, e em outros casos por imprudência de motoristas de ônibus ou veículos que, de forma desastrada ou distraída, abalroaram os motociclistas ou até como houve um caso de atropelamento na marginal. As velocidades serão mantidas conforme estão.
G1 – Mas caso ocorra futuramente acidentes que tenham relação o senhor estuda rever essa medida?
João Doria – Não posso falar sobre o futuro, falo sobre fatos reais. No futuro vamos analisar, mas espero que isso não aconteça.
COBRADORES DE ÔNIBUS
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o prefeito prometeu que vai retirar os cobradores de todos os ônibus da cidade até 2020. “Em nenhuma cidade civilizada do mundo tem cobradores dentro do ônibus”, disse. Há cerca de 19 mil cobradores e 33 mil motoristas, que ameaçam paralisação da categoria sempre que esse tema volta a ser abordado.
“Não faz sentido no século 21 preservar cobradores em ônibus. Nenhuma cidade civilizada do mundo tem cobrador dentro de ônibus e isso representa um custo altíssimo (R$ 800.000,00 por ano). Nosso entendimento é que isso vai ser feito ao longo desses quatro anos, gradualmente. Nenhum cobrador será desempregado. Os cobradores, treinados, poderão ser motoristas ou atuar no plano administrativo. O Bilhete Único representa 92% de toda utilização do serviço. Só 8% das pessoas pagam em dinheiro na catraca. Não faz sentido gastar R$ 800 milhões por 8% de um serviço que pode ser 0%”, disse o prefeito.
CORREDORES DE ÔNIBUS
Durante as eleições em 2016, o prefeito prometeu criar o chamado Rapidão, modelo de BRT (Bus Rapid Transit) nos corredores de ônibus, com cobrança de bilhetes na plataforma para reduzir as viagens em até 20 minutos. Neste primeiro trimestre foi definido o trecho do primeiro Rapidão (Capelinha-João Dias) na Zona Sul e foram testados cinco ônibus sem cobradores da linha 576C-10 Terminal Santo Amaro – Metrô Jabaquara. O desafio agora é expandir o BRT além do piloto previsto no plano de metas e evitar desemprego de cobradores.
LICITAÇÃO DO TRANSPORTE
João Doria declarou na entrevista ao jornal Folha de São Paulo que definirá a licitação para o transporte coletivo na cidade para durar 10 anos, atualmente são 20 anos, ou seja, diminuirá o poder dos empresários de ônibus.
“Já determinei inclusive que ela será de dez anos, a metade do período atual. Vinte anos é um tempo demasiadamente grande para oferecer um serviço desse tipo. Entre outras medidas, isso não é polêmico porque há uma equação que está sendo feita, para gradualmente reduzir cobradores dentro dos ônibus”, disse o prefeito.
AUMENTO DA TARIFA DE ÔNIBUS EM 2018
Durante as eleições em 2016 o prefeito prometeu manter a tarifa congelada em R$ 3,80 em 2017. Conforme prometido congelou a tarifa básica, porém deve ser favorecido pelo reajuste na tarifa integrada (ônibus e trilhos), liberado neste sábado (08/04). Agora o desafio é reduzir o custo do sistema de transporte, que deve ser de R$ 3,2 bilhões em subsídios às empresas de ônibus, um aumento de 23% em relação a 2016.
Na entrevista concecida ao jornal Folha de São Paulo, o prefeito comentou se pretende aumentar a tarifa de ônibus para 2018 e sobre as gratuidades no transporte que considera excessivas.
Folha – O senhor não errou ao congelar a tarifa em R$ 3,80 neste ano?
João Doria – Não houve nenhum erro. Foi uma decisão acertada e de sensibilidade social. O que nós vamos, sim, revisar, são algumas das gratuidades. Temos excesso de gratuidades.
Folha – O senhor está preparado para fazer um aumento da tarifa acima da inflação no ano que vem?
João Doria – Não. Estamos preparados para fazer o que estamos fazendo: estudando e analisando com cuidado, compartilhando com as empresas, levando em conta que a cidade tem uma grande concessão para ser renovada.
APLICATIVOS DE TRANSPORTE
Na entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo, o prefeito comentou sobre os aplicativos de transporte.
Folha – O senhor acha que o transporte por aplicativo precisa de ajustes, aos menos na qualidade dos carros e dos motoristas, na segurança dos passageiros?
João Doria – Precisa. Já orientei. Defendo os aplicativos, como defendo os taxistas também. Há espaço para todos. Mas é preciso que haja disciplina e controle adequado. Mas principalmente de isonomia. Não pode ter taxistas com ônus e uberistas ou outros aplicativos com meio ônus.