Infiltrações, buracos em calhas e descaso fazem da Estação Santo André da CPTM um verdadeiro “campo minado”

Na Estação Santo André, a situação não é fácil para aqueles que utilizam os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Além da falta de acessibilidade, que praticamente predominam em diversas estações da Linha 10-Turquesa, que liga a capital paulista a região do Grande ABC (trecho Brás-Rio Grande da Serra), os passageiros enfrentam diariamente, infiltrações e verdadeiros buracos em calhas nos abrigos da estação.

Desde janeiro deste ano, mais precisamente desde o dia 18 de janeiro, por diversas vezes entramos em contato com a CPTM, através de seus canais de atendimento, cobrando a manutenção das infiltrações nesta estação, que é uma das mais importantes da Linha 10-Turquesa. Por diversas vezes a resposta da companhia é sempre a mesma, “que os reparos seriam realizados o mais breve possível”, mas esse mais “breve possível” já dura mais de dois meses.

Abaixo segue uma cronologia das respostas enviadas pela companhia nestes últimos dois meses.

30/01 – “A respeito de suas considerações sobre a Estação Santo André, já encaminhamos para a Estação, que está ciente e providenciará uma vistoria nos locais indicados.”

02/02 – “As equipes da estação já estão cientes de suas considerações. Reiteramos as informações já disponibilizadas a respeito dessas questões.”

07/02 – “Conforme informado em outra oportunidade,a contratação de empresa para a troca das calhas desta e de outras estações está em processo de licitação.”

19/02 – “Informamos que a CPTM aguarda a contratação de empresa para realizar os reparos nas calhas desta estação. Quanto a infiltração nas escadas, vamos verificar informações referente a previsão de serviços. Solicitamos a gentileza aguardar.”

27/02 – Por telefone, através do telefone 0800 055 0121 da companhia também registramos queixa referente ao problema na estação.

01/03 – “A área de manutenção está ciente quanto à questão calhas da Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André. Tão logo a contratação dos serviços seja viabilizada, as equipes priorizarão os reparos neste local.”

Em todas as oportunidades, registramos através de fotos e vídeos as condições da estação e anexamos aos chamados abertos. Confira abaixo as imagens registradas por Mário Lucas.

O grande questionamento, que inclusive perguntamos à CPTM é: até quando a estação ficará deste jeito? Afinal de contas, não é do início do ano que as condições precárias na Estação Santo André, e de muitas outras, não estão dentro do padrão de qualidade e segurança que a companhia mostra em suas publicações, sejam elas independentes do meio de comunicação.

Há um bom tempo que a companhia promete uma revitalização e modernização de várias de suas estações. Mas o que vemos na Estação Santo André e em diversas outras do sistema ferroviário paulistano está muito longe de figurar no padrão prometido. Em muitas estações faltam acessos às pessoas com mobilidade reduzida, como rampas, escadas rolantes, elevadores, banheiros, comunicação visual adequada, além de piso tátil para os deficientes visuais.

No site da companhia, há um informe sobre acessibilidade:

“A CPTM trabalha para adequar suas dependências às normas vigentes de acessibilidade. Das 92 estações, 48 são adaptadas e mais quatro estão em obras: Engenheiro Goulart, Quitaúna, Jardim Belval e Jardim Silveira. Outras 18 estações estão com os proje​tos de adequação contemplados no PAC da Mobilidade. As obras não foram licitadas porque a​ CPTM aguarda a liberação dos recursos do Governo Federal. A partir de 31/12/2016, são consideradas concluídas as adequações de acessibilidade nas estações Jundiapeba, Jundiaí e Antônio João, que passam a oferecer uma rota acessível para uso de pessoas com deficiência e/ou com restrição de mobilidade”.

Além do transtorno de ter que desviar de verdadeiras cascatas dentro da Estação Santo André quando chove, os usuários estão expostos a um grande risco de queda, uma vez que as infiltrações subterrâneas, que dão acesso às plataformas, estão bem localizadas nas escadas.

Sabemos que a CPTM investe grande parte dos seus investimentos em novos trens, afim de modernizar sua frota que ainda contam com trens da década de 50. Mas uma coisa que é fato é que a infraestrutura, seja ela em vias férreas e/ou estações não acompanham o ritmo e nem comportam tal modernização.

Fica aqui o nosso questionamento a companhia: não está na hora de colocar uma equipe que esteja afim de ouvir e atender a população como ela realmente merece? Pois falta de verba e falta de investimento é muito pouco para tanto descaso.

Reformas das estações no ABC

De acordo com publicação do jornal Diário do Grande ABC em 15 de janeiro, desde março de 2014 a promessa do início das obras e reformas e modernizações das estações da Linha 10-Turquesa não tem previsão de sair do papel, a maior parte dos recursos financeiros que viriam do governo federal foram declarados insubsistentes. A Linha 10-Turquesa transporta média de 340.000 passageiros por dia útil. Os investimentos para a modernização de 18 estações, incluindo nove localizadas no Grande ABC, somariam um total de R$ 760 milhões. O projeto previa instalação de plataformas totalmente cobertas, escadas rolantes e de todos os itens de acessibilidade (elevadores, rampas, pisos podotáteis e mapas em braille), além de assentos, banheiros públicos comuns e sanitários exclusivos para pessoas portadoras de deficiência. A CPTM afirma que continuará buscando outras fontes de verba para modernizar as estações.

Texto: Mário Lucas Musial

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