Trabalhadores das viações Ribeirão Pires, EAOSA, São Camilo, Urbana de Santo André, Imigrantes, Riacho Grande e Triângulo que pertencem ao grupo do empresário Baltazar José de Sousa, cruzaram os braços e entraram em greve nesta quinta-feira (22) em Santo André, São Bernardo do Campo e Mauá. O motivo é a falta de pagamento de duas parcelas do 13º e do adiantamento de 30% do salário.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Rodoviários do ABC (Sintetra), José Souza Araújo Neto, o problema assola os motoristas há pelo menos seis meses. “Os motoristas estão indignados, pois esse problema com as empresas do empresário Baltazar José de Sousa acontece há pelo menos seis meses. Estão atrasando pagamentos e isso é muito ruim”, explicou José Souza Araújo Neto.
Participe dos canais do Mobilidade Sampa: X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube, LinkedIn ou canais no WhatsApp e Telegram
A paralisação começou às 16h. Os trabalhadores realizaram um protesto em Santo André, Mauá e São Bernardo do Campo. Segundo a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), 34 linhas foram paralisadas pelo protesto e, devido ao horário de pico, 35 mil pessoas foram afetadas. A manifestação terminou às 17h30.
Mauá
Alguns funcionários deixaram ônibus atravessados nas ruas do Centro de Mauá o que bloqueou e prejudicou o trânsito no local. Os terminais Guapituba e Itapeva foram afetados pela paralisação.
Santo André
Em Santo André, ônibus das empresas foram estacionados entre a Avenida XV de Novembro e a entrada dos terminais Leste e Oeste. Veículos de outras empresas que operam nas linhas municipais, intermunicipais e nos trólebus foram impedidos de entrar no local. Muita gente preferiu caminhar em vez de aguardar a liberação do fluxo normal. No Terminal da Estação Prefeito Saladino também houve paralisação de ônibus.
O Departamento de Trânsito e a Polícia Militar controlaram o trânsito na região central de Santo André. Diversos pontos de lentidão começavam na Praça IV Centenário e seguiam até a região dos terminais Leste e Oeste. Também existiram complicações para acessar a Avenida Industrial a partir da Rua General Glicério.
São Bernardo do Campo
Na região central de São Bernardo do Campo ocorreu o mesmo protesto, vários ônibus ficaram parados no cruzamento da Avenida Lucas Nogueira Garcez com a Rua Jurubatuba. Filas se formaram em torno do Terminal Central, Terminal Ferrazópolis, na Avenida Brigadeiro Faria Lima e também em ruas e avenidas próximas.
Metra
As linhas operadas pela Metra, que não aderiram ao protesto, também ficaram paralisadas em diversos trechos, por conta do bloqueio nos principais terminais.
https://twitter.com/Metra_Oficial/status/812007067682828289
Repasse
O filho do empresário Baltazar José de Sousa, Diely Baltazar, atual responsável pelo grupo, concedeu entrevista ao portal ABCD Maior onde esclarece que a falta de pagamento se deve pela ausência de repasse do governo estadual. “Desde janeiro deste ano estamos aguardando o subsídio do estado referente a lei de gratuidade de idosos e estudantes firmada em fevereiro de 2015.” O total da dívida estaria em R$ 4,5 milhões conforme o empresário do grupo que está em recuperação judicial há mais de três anos.
Próximos passos
Na manhã da sexta-feira (23/12), o Sindicato dos Rodoviários do ABC se reúne com representantes do empresário Baltazar José de Sousa para saber se receberão o pagamento. Conforme disse o secretário geral do sindicato, Leandro Silva, caso os honorários não sejam feitos, os funcionários, em forma de protesto, “vão abandonar os ônibus no Terminal Sacomã e na garagem da EMTU, no Piraporinha”.
Se cumprirem a ameaça, cerca de 400 carros da frota, que se ramifica nas empresas Ribeirão Pires, EAOSA, São Camilo, Urbana de Santo André, Imigrantes, Riacho Grande e Triângulo, ficariam parados, o que prejudicaria toda a circulação no ABC. “E na segunda entramos em greve de vez”, acrescentou Leandro Silva.
O empresário Baltazar José de Sousa que possui mais de 200 processos na justiça, a maior parte deles trabalhistas, tem atrasado recorrentemente os salários e benefícios dos trabalhadores.
EMTU
A EMTU divulgou uma nota confirmando a paralisação das sete empresas do grupo do empresário Baltazar José de Sousa. Confira a íntegra da nota:
A EMTU/SP informa que os motoristas e cobradores das empresas do grupo do empresário Baltazar José de Sousa, na região do ABC, entraram em greve na tarde desta quinta-feira, 22/12. Segundo o sindicato da categoria o protesto é por falta de pagamento do 13º salário, que deveria ter sido pago no último dia 20.
Estão com as atividades paralisadas 34 linhas das empresas Viação Ribeirão Pires, EAOSA, São Camilo, Urbana de Santo André, Imigrantes, Riacho Grande e Triangulo.
Com a paralisação, no horário de pico da tarde, estão sendo afetadas aproximadamente 35 mil pessoas.
Como alternativa os usuários podem utilizar ônibus de linhas municipais, trens da linha 10-Turquesa da CPTM e linhas metropolitanas da empresa Rigras, que cruzam o município de Ribeirão Pires, como segue: linhas: 041, 117, 165, 165EX1, 165BI1, 215, 336, 215BI1, 374, 381, 381BI1 e 402.
O passageiro de São Bernardo do Campo tem como opção as linhas da Mobi Brasil: 006, 236 e 154 e do Corredor ABD, que opera normalmente passando pelas cidades de São Paulo, Mauá, Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema.
As demais opções de transporte estão disponíveis no site da EMTU/SP.
Informamos também as empresas do grupo grupo do empresário Baltazar José de Sousa, na região do ABC Paulista, só operam na Área 5 da Região Metropolitana de São Paulo por decisão da Justiça Estadual de Manaus, especificamente na 6ª Vara Cível da Comarca de Manaus – Amazonas, processo nº 02110832420128040001, determinando que “não se praticasse qualquer ato que possa por fim aos serviços prestados pelas permissionárias da Área 5, em razão de recuperação judicial em curso”.