Tribunal de Contas do Estado aponta que governo paulista errou na previsão do custo das desapropriações da Linha 6-Laranja

Um relatório do Tribunal de Contas do Estado aponta que o governo do estado de São Paulo errou na previsão do custo das desapropriações da Linha 6-Laranja do Metrô.

O valor inicial estimado era inferior a R$ 700 milhões, e agora já passa de R$ 1 bilhão. Para piorar, estas obras estão paradas há mais de um mês.

  • Siga o Mobilidade Sampa nas redes sociais, estamos no X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube e LinkedIn ou participe dos canais no WhatsApp e Telegram
  • Para o Tribunal de Contas do Estado, se nem o Estado nem a empresa privada contratada para fazer o serviço resolverem o problema de financiamento, e não retomarem logo os trabalhos, o custo final deve ser ainda maior.

    Segundo o Tribunal de Contas do Estado, há falhas no processo e o estado previu R$ 690 milhões, mas gastou já R$ 837 milhões e ainda falta desapropriar 156 imóveis. A conta final deve passar de R$ 1 bilhão.

    No projeto, a Linha 6-Laranja, que é uma parceria público-privada, tem 15 estações, entre a Brasilândia e a Estação São Joaquim da Linha 1-Azul, no Centro.

    O Tribunal de Contas do Estado diz ainda que “o atraso na construção tem alto risco de impacto na conclusão da linha e nos custos estimados”.

    O responsável pela Comissão de Monitoramento das Parcerias Público-Privadas do Estado, Celso Caldeira, diz que o problema se deve à crise econômica. “Face ao contexto político e econômico que o país viveu nos últimos 4 anos, degradou-se a capacidade de crédito do privado, que acabou comprometendo o sucesso do financiamento”, disse.

    O governo diz que notificou o consórcio sobre a paralisação das obras e que, se não forem retomadas, a empresa pode ser multada. O consórcio pede o reequilibro financeiro do contrato, que o governo diz que irá analisar.

    Obra da Linha 6-Laranja do Metrô foi suspensa pela empresa que participa do projeto (Foto: TV Globo/Reprodução)

    Obras paradas

    Quando as famílias de três quarteirões na Brasilândia foram obrigadas a se mudar, o governo avisou que o motivo é que ali seria feita uma nova linha do Metrô.

    Quase todas as casas já foram demolidas, mas há mais de um mês as máquinas e os operários sumiram dali. Ficou apenas um vigilante, que afirma que todos os canteiros estão parados e que, inclusive, em um deles, todos os funcionários foram demitidos.

    Há um mês, o consórcio Move São Paulo disse que pararia a obra porque não estava conseguindo financiamento para continuar os trabalhos.

    Na época, o governo do Estado garantiu que o valor total das indenizações das famílias desapropriadas já estava depositado e que a liberação dependia da Justiça.

    A Linha 6-Laranja foi anunciada em 2011. A obra começou em 2015 e o fim estava marcado para 2020. E, antes da obra parar, a previsão de término já tinha passado para 2021.

    A linha tem custo estimado de R$ 10 bilhões e, por ser uma parceria do governo com empresas privadas, tem o valor dividido entre ambas as partes. Quando ela estiver pronta, as empresas ficarão com os lucros por R$ 19 anos.

    Em maio, em entrevista ao telejornal SPTV da TV Globo, o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, garantiu que a obra da Linha 6-Laranja seria diferente que as de todas as outras, que estão atrasadas.

    As empresas que fazem parte do consórcio são investigadas pela Operação Lava Jato do Ministério Público Federal e Polícia Federal.

    * Com informações do portal G1

    Deixe um comentário