Grupos contrários ao governo do presidente Michel Temer fizeram um protesto em São Paulo neste domingo (4). O ato correu pacífico por cerca de quatro horas. Depois que os organizadores declararam o protesto encerrado, a polícia dispersou os manifestantes com bombas de gás e jatos d’água. Houve correria. Uma agência bancária teve uma vidraça quebrada. Sacos de lixo foram jogados no meio da via no Largo da Batata e pequenos grupos colocaram fogo neles.
Esta foi a sétima manifestação contra o presidente em uma semana. Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, disse que 100 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar não divulgou estimativa. No auge, a manifestação ocupou três quarteirões da Avenida Paulista.
Em nota no Twitter, a Polícia Militar disse: “Em manifestação inicialmente pacífica, vândalos atuam e obrigam Polícia Militar a intervir com uso moderado da força/munição química”. Depois, a Secretaria da Segurança Pública informou que “após os organizadores encerrarem a manifestação, houve um princípio de tumulto na Estação Faria Lima do Metrô, que se transformou em depredação”. “Vândalos quebraram catracas, colocando em risco funcionários. A Polícia Militar atuou para restabelecer a ordem pública, sendo recebida a pedradas, intervindo com munição química e utilização de jato d’água”, afirmou o comunicado.
A Polícia Militar também informou que nove pessoas foram detidas com pedras, pedaços de ferro e máscaras e encaminhadas ao Departamento Estadual de Investigações Criminais.
Cronologia dos eventos:
15h – Começa concentração em frente ao Museu de Arte de São Paulo
16h30 – Ato começa oficialmente
17h30 – Imagens aéreas mostra 3 quarteirões da Avenida Paulista ocupados
18h – Manifestantes partem em direção ao Largo da Batata, pela Avenida Rebouças
19h30 – Chegada ao Largo da Batata
20h30 – Guilherme Boulos, da organização, declara o ato encerrado
20h49 – Polícia Militar joga bombas sobre manifestantes
21h06 – Polícia divulga nota no Twitter para explicar atuação
22h29 – Secretaria de Segurança Pública diz em comunicado que houve depredação na Estação Faria Lima
Convocada pelas redes sociais, a manifestação foi organizada pela Frente Brasil Popular – formada por movimentos como Central Única dos Trabalhadores e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – e pelo grupo Povo Sem Medo, que reúne mais de 30 movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Além de querer a saída de Michel Temer, os manifestantes levavam faixas pedindo a convocação de novas eleições presidenciais.
Bombas na dispersão
Depois que o ato foi declarado encerrado às 20h30, manifestantes começaram a deixar o Largo da Batata. Uma bomba explodiu na região. Os manifestantes se assustaram e tentaram entrar na Estação Faria Lima da Linha 4-Amarela, que fica no local onde o protesto terminou. Manifestantes xingavam policiais e gritavam pedindo a abertura da estação.
Depois disso, começou um corre-corre por diversas ruas na imediações. Um agência bancária na Rua dos Pinheiros teve os vidros quebrados. Lixo foi jogado nas ruas. A polícia foi atrás dos manifestantes, soltando bombas de gás e jatos d’água jogados por um caminhão blindado.
Mascarados jogaram pedras e coquetéis molotov em direção aos policiais militares, que revidaram. O artefato explodiu perto de um blindado e ninguém se feriu. Uma bomba de gás lacrimogêneo da Polícia Militar estourou perto de um ônibus e uma passageira passou mal.
* Atualização: 22h52
Fonte: G1