Grupos e coletivos paulistanos que atuam em prol da mobilidade ativa criaram um abaixo-assinado eletrônico pedindo aos candidatos à Prefeitura de São Paulo que voltem atrás em suas propostas de aumentar os limites de velocidade em São Paulo.
O pedido tem como destinatários os candidatos Celso Russomano, Marta Suplicy e João Dória, que defendem abertamente o retorno dos limites anteriores, ao menos nas marginais Tietê e Pinheiros. Até hoje, mais de 15 mil cidadãos já haviam assinado a petição. Assine aqui.
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Velocidade
– A redução dos limites de velocidade protege vidas de pedestres e ciclistas, reduz danos e riscos para os próprios motoristas e reduz os congestionamentos.
– A cada 10 leitos das UTIs, seis são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito (Fonte: Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)
– 44% dos acidentes fatais causados por fatores humanos no Estado de São Paulo foram consequência do excesso de velocidade (2005 a 2009 – Fonte: Instituto Médico Legal/Secretaria da Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo)
– A Organização Mundial da Saúde recomenda o limite de 50 km/h em vias urbanas, destacando que “um pedestre tem menos de 20% de probabilidade de morrer se atropelado por um automóvel que circula a menos de 50 km/h, mas quase 60% de chance de morrer se atingido por um veículo a 80 km/h” (Fonte: ONU)
– Veja abaixo a íntegra da petição. Assine, compartilhe com a hashtag #MenosMortes e divulgue.
A eficácia da redução das velocidades máximas na cidade como um todo, medida que vem sendo implantada na capital desde a década de 1990, é inquestionável. De acordo com dados do IML (Instituto Médico Legal) e da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo – compilados pela CET em seu Boletim Técnico 53 –, entre 2005 e 2009, 78% dos acidentes fatais foram causados por fatores humanos (relacionados exclusivamente ao comportamento do motorista ou do pedestre). Desse montante, 44% foram causados por excesso de velocidade.
E algo que, apesar de parecer óbvio, precisa ser lembrado: a importância crucial da redução de velocidade em vias que já contam com grande circulação de pedestres no entorno, como as pistas locais das marginais. Suas calçadas apresentam um grande movimento gerado pelas centenas de empresas e pelo menos cinco shoppings centers e três parques existentes.
Vale lembrar que dirigir é um processo influenciado pelas condições físicas e emocionais do motorista, o que significa que a habilidade no volante é afetada por fatores como condicionamento físico, cansaço, estresse, ação de remédios e a natural perda das capacidades visual e auditiva que ocorrem com o passar dos anos.
Por isso, medidas que evitem tais situações de risco são mais efetivas que usar equipamentos de segurança para se proteger nestas situações, e reduzir a velocidade gera as condições seguras necessárias que são responsabilidade dos órgãos de trânsito, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, Art. 1º § 2º.
Além do Código de Trânsito Brasileiro, a Política Nacional de Mobilidade Urbana de 2012, que vem pautando as políticas públicas de mobilidade no país, estabelece a segurança no trânsito como princípio a ser seguido pelos gestores públicos.
Sendo assim, pedimos que os candidatos citados revejam suas propostas e mantenham os limites de velocidade definidos em 2015, de 50km nas vias locais, 60km/h nas centrais e 70km/h nas expressas.
Conforme dados da Associação Brasileira de Medicina no Tráfego (Abramet), a cada 10 leitos das UTI’s, seis são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito. Por isso, aumentar a velocidade dessas vias, consequentemente, irá agravar ainda mais a crítica situação do sistema público de saúde da cidade (leia um testemunho do impacto dos acidentes de trânsito no SUS aqui).
P.S: Algumas campanhas eleitorais têm informado que Campinas, Belo Horizonte e Porto Algre reduziram seus acidentes sem a redução da velocidade em 2015. Entretanto, algumas dessas informações estão incompletas e mesmo equivocadas: em Campinas houve um crescimento de 20% de mortes por atropelamento (Fonte: Emdec/Campinas); em Porto Alegre, na verdade o número de acidentes de trânsito aumentou, em 11% (Fonte: EPTC/Porto Alegre) e em Belo Horizonte a soma dos acidentes na verdade teve queda de apenas 3,4% (Seds/Minas Gerais). Essas informações mostram que a redução de velocidade máxima nas vidas dessas cidades também é uma medida necessária.
Essa petição é promovida pelas seguintes organizações:
Instituto Aromeiazero (aromeiazero.org.br)
Portal Bike é legal (bikeelegal.com)
Coletivo Bike Zona Leste (facebook.com/bikezonaleste)
Coletivo CicloZN (facebook.com/Ciclozn)
Coletivo Bike Zona Sul (bikezonasul.wordpress.com)
Coletivo Bike Zona Oeste (facebook.com/bikezonaoeste)
Blog Cappucino Works (cappucino.works)
Catraca Livre (catracalivre.com.br)
Cidade a Pé: Associação pela mobilidade a pé em São Paulo (cidadeape.org)
Instituto CicloBR (ciclobr.org.br)
Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (ciclocidade.org.br)
Projeto Cidade dos Sonhos (cidadedossonhos.org)
Rede Corrida Amiga (corridaamiga.org)
Mobilize Brasil (mobilize.org.br)
Mub Maps (mubmaps.com)
Movimento Não foi aciente (naofoiacidente.com.br/blog)
Página da Rachel (paginadarachel.wordpress.com)
Blog São Paulo na Bike – Estadão (sao-paulo.estadao.com.br/blogs/sao-paulo-na-bike)
Blog Silvia e Nina (silviaenina.org)
Portal Vá de bike (vadebike.org)
Portal Via Trólebus (viatrolebus.com.br)