Prefeitura de São Paulo unifica tarifas de táxi e bandeira 2 se torna opcional

A Prefeitura de São Paulo decidiu igualar valores por bandeirada, tarifa quilométrica e horária de todas as categorias de táxi – comum, comum-rádio, especial, preto e luxo – na capital. Na prática, a partir de quarta, não haverá diferença de cobrança. A bandeira 2 ainda passa a ser opcional e cai o extra de 50% entre municípios. O governo alega que negociou a medida, mas o Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxi do Estado (Simtetaxi) nega e critica a medida.

Segundo a gestão Fernando Haddad, entidades representativas dos taxistas foram ouvidas e a medida deve baratear o serviço. Nesta sexta-feira, 19, uma portaria com a alteração foi publicada pela Secretaria Municipal de Transportes no Diário Oficial da Cidade. Ela define que os valores cobrados devem ser equiparados aos da categoria de táxi comum, a mais barata. Dessa forma, o valor inicial da corrida (bandeirada) passa a ser de R$ 4,50. Também será cobrada tarifa quilométrica (quilômetro percorrido) de R$ 2,75, além de R$ 33 por tarifa horária – quando o carro fica parado ou trafega a menos de 20 km/h.

Hoje, a tarifa de táxi especial é de R$ 5,65 (bandeirada), R$ 3,45 (quilométrica) e R$ 41,25 (horária), enquanto os carros de luxo cobram, respectivamente, R$ 6,75, R$ 4,15 e R$ 49,50. Já os pretos cobram até 25% a mais do que os valores estabelecidos para a categoria comum.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, a bandeira 2 – cobrada nos domingos e feriados e no intervalo entre 20 e 6 horas, nos dias úteis – passará a ser opcional. Isso permite um acréscimo de 30% na tarifa por quilômetro rodado em todas as categorias.

Ainda se proíbe que os taxistas cobrem adicionais de viagem na Grande São Paulo, mesmo para hora marcada em rádio-chamada, além de adicional para bagagem de passageiros. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, as várias faixas se justificavam quando havia menos concorrência. Hoje há 29.174 alvarás de taxi comum em São Paulo, 3.998 de táxis comum-rádio, 624 especiais e 163 de luxo.

Críticas

Para o presidente do Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxi do Estado, Antônio Matias, as mudanças prejudicam a categoria. “Essa proposta vai acabar com os táxis de luxo, os executivo e o vermelho e branco (especiais), que era o diferencial que nós tínhamos de mais qualidade para os passageiros”, disse. Segundo afirma, o sindicato também não foi consultado pela administração municipal sobre as mudanças.

Para Antônio Matias, as tarifas mais baratas vão prejudicar os taxistas que investiram em veículos melhores e pagaram mais caro pela outorga de táxis de luxo. “Eu tenho carro de luxo, que é blindado e custou R$ 180 mil. Agora vou ter de rodar igual a todo mundo porque o prefeito quer. O cliente sai ganhando, mas e a gente? Ninguém vai querer investir mais, porque não vale a pena. Vai acabar sucateando a frota de São Paulo.”

Outro problema, segundo o presidente do Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxi do Estado, é que os táxis comuns vão perder o diferencial de preço e podem acabar preteridos pelos passageiros. “Todo mundo vai preferir andar em táxi de luxo”, disse. “O táxi branco é que roda mais na periferia e no período noturno. Agora misturou tudo. Parece que a intenção é acabar com os táxis”, afirmou.

Fonte: O Estado de São Paulo

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