A mortalidade de crianças e adolescentes (até 14 anos) em acidente no Brasil caiu 30% entre 2001 e 2014. Os dados foram compilados pela Organização não Governamental Criança Segura, que se notabilizou pela campanha que ajudou a tornar obrigatória o uso de cadeirinhas para crianças nos carros.
Segundo o levantamento, feito a partir de dados do Ministério da Saúde, em números absolutos, a redução nos casos de mortes infantis causadas por acidentes foi de 6.190 para 4.316.
Os Estados de Roraima e Santa Catarina foram os que mais reduziram o índice de mortes em acidentes, com 61% e 49%, respectivamente. São Paulo vem em sexto lugar, com 39% de redução. Maranhão tem o pior desempenho e, desde 2001, aumentou em 45% o índice de mortalidade infantil em acidentes.
TRÂNSITO
Os acidentes de trânsito são a maior causa de mortes de crianças no país, representando 39% do universo. Ainda assim, o número de crianças internadas por acidentes no trânsito aumentou 19%, no período. O fenômeno indica que, apesar do crescimento do número de acidentes envolvendo crianças, eles se tornaram menos fatais.
A segunda forma de morte acidental mais frequente são os afogamentos, com 24%. O sufocamento está em terceiro lugar com 18%.
VARIAÇÃO
Apesar da queda de 30% nas mortes, os casos de sufocamento, que estão entre os maiores causadores de mortes de crianças, teve um aumento de 7% entre 2001 e 2014. A inalação por suco gástrico e o sufocamento causado por alimentos seguem entre as maiores preocupações.
Mas o que mais chamou atenção foi o aumento de sufocamento ocorridos na cama em que a criança dormia, seja o próprio berço ou com os pais. Em 2001, foram registrados 21 casos do tipo no Brasil, contra 56, em 2014.
O aumento foi de 167%. Entre eles, estão incluídos os casos de síndrome de morte súbita, o sufocamento causado por itens soltos no berço e também o esmagamento acidental pelos próprios pais enquanto dormem.
GÊNERO
Segundo o levantamento, 64% das mortes são de meninos. A discrepância na mortalidade entre os gêneros vai aumentando conforme a criança cresce. Até um ano de idade, a prevalência de mortes de meninos é de 56%. Já na faixa entre 10 e 14 anos, a prevalência de garotos vai para 70%.
Além disso, nos casos de acidentes por armas de fogo, a prevalência de meninos como vítimas chega a 86%. Já em relação às mortes por intoxicação, a distribuição é quase igual: 53,8% são meninos e 46,2% são meninas.
Para a Organização não Governamental Criança Segura, devem ser criadas políticas públicas focadas nas faixas etárias mais expostas a acidentes. Além disso, a entidade recomenda campanhas educativas que fortaleçam a cultura de prevenção de acidentes no país.