Com 12 autuações por minuto, multas por excesso de velocidade dobram em São Paulo

Com quase 12 autuações em média por minuto, o número de multas por excesso de velocidade dobrou na capital paulista nos quatro primeiros meses de 2016, em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 2,07 milhões de infrações do gênero no primeiro quadrimestre, ante 1,07 milhão em igual período de 2015. O aumento de 93% considera somente as infrações de velocidade que superam em até 20% a máxima permitida. Somando todos os tipos de autuações, o volume de multas cresceu 50% no período.

As infrações por transitar em velocidade superior à permitida em até 20% representam quase a metade de todas as penalidades (5,2 milhões) praticadas por motoristas. Isso é explicado, entre outros fatores, pela redução das velocidades máximas no perímetro urbano implementada pelo prefeito Fernando Haddad.

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  • Essa política ganhou força e se tornou polêmica em 2015, quando a Companhia de Engenharia do Tráfego (CET) padronizou em 50 km/h a velocidade máxima na capital e alterou os limites de velocidade nas Marginais Tietê e Pinheiros. A Prefeitura de São Paulo argumenta que o objetivo da redução é melhorar as condições de segurança dos usuários e diminuir o número de feridos e mortos no trânsito.

    De acordo com informações da CET, o número de acidentes com vítimas nas marginais passou de 608, no primeiro semestre de 2015, para 380 no mesmo período deste ano.

    Arrecadação

    A disparada nas multas de trânsito por excesso de velocidade teve, também, impacto no volume total arrecadado pela Prefeitura de São Paulo com as infrações. Nos quatro primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2015, o crescimento foi de 24%, descontada a inflação. O saldo passou de R$ 333 milhões para R$ 413 milhões na comparação dos dois períodos. Comparado com o primeiro ano da gestão Haddad, o porcentual de aumento é um pouco menor, de 19%.

    O engenheiro de trânsito Luiz Célio Bottura, ombudsman da CET durante a gestão Gilberto Kassab, afirma que a opção pelo incremento da fiscalização por meio dos radares é correta do ponto de vista técnico. “Eu mesmo fui contra a política de redução de velocidades, especialmente nas Marginais. Mas o princípio do programa, que é reduzir o número de acidentes e de mortes no trânsito, é válido”, diz.

    O especialista não descarta, entretanto, que uma crítica comum de motoristas paulistanos – de que radares poderiam estar instalados em pontos em que é difícil escapar da infração – seja válida. “Se há radares ‘pegadinha’, vamos denunciar, chamar a imprensa. O que não se pode esquecer é que ele dá uma vantagem (na fiscalização)”, diz o engenheiro.

    Por outro lado, o consultor de trânsito Flaminio Fichmann destaca o que considera “velocidades incompatíveis” em alguns locais. “Quando se muda determinada regra de trânsito, em um primeiro momento há aumento no registro de infrações, que depois vão caindo. Neste caso, com velocidades incompatíveis com vias como as marginais, o motorista tem de estar atento o tempo todo ao limite de velocidade, e um descuido qualquer já resulta em aumento de velocidade e multa. Por isso as infrações ainda estão aumentando, mesmo passado um ano da mudança.”

    * As informações são do jornal O Estado de São Paulo

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