Apreensão de produtos ilegais cresce 49% nos trens

Com o crescente aumento no número de desempregados na região metropolitana, a CPTM e o Metrô têm tido trabalho para coibir o comércio irregular dentro dos trens que circulam em São Paulo e cidades do entorno.

Neste primeiro semestre, as apreensões cresceram 49% comparando com o mesmo período de 2015. Contados os números de itens recolhidos pelos guardas das estações, a conta é ainda mais impressionante: são, em média, 180 produtos levados nos rapas por dia. Nas linhas do Metrô, a alta foi de 16%.

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  • A alegação para a intensificação do chamado shopping trem, segundo a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos e dos próprios marreteiros, como são chamados os vendedores irregulares, é justamente a recessão. Os que estão desempregados – 1,977 milhão em maio, 109 mil a mais do que no mês anterior, conforme o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) – alegam não ter alternativa para se sustentar. Aqueles que ainda têm emprego formal, procuram ganhar um dinheiro extra. O reflexo direto disso são as verdadeiras feiras-livres nas composições, de dia e de noite, na cara dos agentes de segurança.

    Análise: Trata-se de um ciclo sem fim

    Esse aumento do número de vendedores ambulantes em trens e no Metrô está diretamente ligado à necessidade de sobrevivência de uma parcela da sociedade que está sem renda. Quando há desemprego e essas pessoas não têm como ganhar dinheiro, há uma tendência para que elas busquem profissões mais arriscadas. Eu acredito que esse seja um problema imediato e o número de vendedores irregulares no transporte público terá uma queda ao longo do tempo, na medida em que a economia vá se estabilizando e as empresas voltem a contratar. É importante destacar que para que não haja esses fenômenos, a política econômica do governo deveria girar em torno da criação de empregos, porque esses empregos significam sustentação de famílias. Desemprego reflete em menos pessoas consumindo e em instabilidade econômica para o país. Trata-se de um ciclo sem fim. Mas é fato que os que não têm renda hoje vão buscar seu sustento na rua.

    CPTM e Metrô: Agentes disfarçados

    A Secretaria de Transportes Metropolitanos informou que os seguranças atuam uniformizados ou sem uniforme, fazendo rondas para coibir o comércio ambulante. Quando são pegos, os vendedores são expulsos dos vagões e orientados sobre a proibição a esse tipo de comércio. “As mercadorias são apreendidas e encaminhadas à subprefeitura mais próxima.” Para denunciar irregularidades, passageiros podem enviar mensagens para os telefones 97150-4949 (CPTM) e 97333-2252 (Metrô).

    Fonte: Diário de São Paulo

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