O Ministério Público vai questionar na Justiça o acordo que deu mais tempo para a empresa Alstom instalar o sistema para melhorar a circulação de trens nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô de São Paulo. O prazo foi ampliado em dez anos – a previsão de entrega inicial era 2011 e passou a ser 2021.
O produto é o sistema digital, conhecido como CTBC, controle de trens baseado em comunicação, usado para diminuir o intervalo entre os trens, agilizar o transporte de passageiros, reduzir a superlotação e aumentar o número de usuários.
Em janeiro deste ano, a demora na instalação e divergências sobre os valores do contrato provocaram um desentendimento entre o governo do estado e a empresa Alstom. Mas as partes acabaram fazendo um acordo, o Metrô desistiu do processo e abriu mão de receber da Alstom um valor em R$116 milhões. O Ministério Público diz que o acordo é ilegal.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, alega que o acordo vai beneficiar os passageiros.
A Alstom disse que a repactuação do contrato foi aprovada por todos os órgãos competentes após rigorosa análise técnica e que foi homologado pelo tribunal arbitral e pela corte da câmara de comércio internacional.
23 minutos
O sistema de sinalização para reduzir o intervalo entre os trens foi comprado pelo Metrô em 2008 da Alstom durante o governo José Serra por R$ 780 milhões para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.
A entrega era prevista para 2011, e chegou a ser adiada para o ano seguinte. No entanto, não foi totalmente implantado. Até hoje, apenas a linha 2-Verde conta com o sistema – que, por ora, tem gerado efeito contrário.
Desde fevereiro esse sistema funciona na Linha 2-Verde. Um relatório do Metrô aponta que de janeiro a julho, houve dez falhas que atrasaram a operação. Cada uma de 23 minutos, em média. Já são mais registros que em todo o ano de 2015 e o dobro de 2014.
O Metrô diz que as falhas vêm ocorrendo porque o sistema ainda opera em fase de testes. É esse o sistema que também vai funcionar nas linhas 1 e 3, mas só deverá ficar pronto 2021 (por conta do prazo ampliado) – dez anos depois do prazo inicial combinado com a Alstom, que ganhou a licitação pra fazer o serviço.
* Com informações do portal G1