Tornado deixa feridos e causa estragos em Campinas

Um tornado causou a queda de ao menos 70 árvores, destelhou casas e alagou avenidas, na madrugada deste domingo (5), em Campinas, interior de São Paulo. Duas pessoas ficaram feridas e 100 mil imóveis ficaram sem energia. Com base em informações dos técnicos do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), o prefeito de Campinas, Jonas Donizete, confirmou que a tempestade foi um tornado. Segundo ele, os meteorologistas percorreram as áreas mais afetadas e conseguiram mapear um corredor de ventos que ultrapassou os 100 km/h, podendo ter chegado a 120 km/h.

De acordo com a Defesa Civil, a estação meteorológica de Barão Geraldo registrou 74 milímetros de chuva em apenas 45 minutos. O volume superou a média histórica de chuva do mês inteiro, de 50 mm.

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Os estragos maiores aconteceram nos bairros Taquaral, Cambuí, São Quirino e Centro, onde também houve intensa queda de granizo. No Jardim Brasil, uma árvore atingiu um carro e os dois ocupantes, com ferimentos leves, foram levados a um pronto-socorro. No Taquaral, as telhas de várias casas foram arrancadas pelo vento e lançadas para a rua, atingindo veículos. Em redes sociais, moradores revelam momentos de pânico.

Parte do teto do Galleria Shopping desabou no Jardim Nilópolis. Um outdoor foi arrancado pelo vento. O centro de compras permaneceu fechado neste domingo para reparo dos estragos. Cerca de 100 mil imóveis ficaram sem energia no início da madrugada, segundo a concessionária. De manhã, 30 mil casas ainda estavam sem luz. Equipes trabalhavam para remover cabos de energia lançados ao chão e restabelecer o sistema. No início da tarde, a Defesa Civil ainda contabilizava os estragos.

Segundo os meteorologistas, no sábado, as imagens de satélite mostravam a chegada de uma massa de chuva à cidade, mas a expectativa era de que fosse moderada. Possível mudança na direção no vento “turbinou” essa massa, causando um fenômeno de força devastadora. Ainda conforme o prefeito, a cidade foi alvejada por uma sequência que durou cerca de meia hora. “Felizmente, apesar da destruição, não tivemos mortes”, pontuou.

À tarde, a prefeitura mantinha cerca de 200 homens e uma frota com 30 caminhões e 15 máquinas removendo troncos de árvores e escombros deixados pela tempestade. Ele estimava serem necessários três dias para a recuperação total da área urbana. Até a tarde, a Defesa Civil não tinha concluído o levantamento dos estragos.

Queda de energia

Cinco torres de transmissão foram derrubadas pelo intenso vendaval. Por causa do acidente, três linhas de transmissão da rede básica foram desligadas automaticamente – Santo Ângelo/Replan, Santo Ângelo/Mogi Mirim, Campinas/Itatiba. Uma quarta linha (Campinas/Guarulhos) precisou ser desligada por causa da queda de cabos sobre ela. As informações são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Na quarta-feira, 1º, um forte temporal no Estado de São Paulo já havia provocado a queda de 13 torres de transmissão nas regiões de Ilha Solteira, Bauru, Araraquara e Campinas. Os reparos nessas torres ainda não foram concluídos, o que só está previsto para ocorrer na terça-feira, 7.

Houve desligamentos localizados no sistema de distribuição da CPFL, mas o fornecimento de energia para a população não foi interrompido, informou o ONS. “Considerando que este evento aconteceu no fim de semana, quando a demanda de energia elétrica é inferior a de um dia normal de trabalho, o ONS está hoje estudando quais medidas operativas adicionais serão necessárias a partir de segunda-feira, 6, de forma a garantir as condições de segurança e confiabilidade no suprimento da região de Campinas e da cidade de São Paulo, até que sejam restabelecidos os equipamentos afetados”, informou o operador. As medidas serão informadas ainda neste domingo, 5.

* As informações são do jornal O Estado de São Paulo

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