Impasse sobre depósitos de reajuste salarial de motoristas de ônibus continua

As operações de ônibus na capital paulista não devem sofrer interferência com greve geral da categoria nesta quarta-feira (8/6).

Nesta segunda-feira, os motoristas e cobradores haviam ameaçado cruzar os braços na quarta porque as empresas de ônibus pagaram os salários, no entanto, sem o reajuste de 7,5%. O índice faz parte de acordo com as empresas, firmado em campanha salarial no mês de maio.

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O Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) deve reunir os trabalhadores nas garagens durante a madrugada e distribuir o jornal da entidade que deve trazer as ações que podem ser tomadas.

Não estão descartadas mobilizações ao longo do dia e nem greve durante a semana, se não houver acordo com as empresas.

Para a realização de uma greve geral, é necessária uma assembleia e a comunicação com, no mínimo, 72 horas de antecedência. As exigências não se aplicam a protestos e sobre paralisações parciais há interpretações distintas.

As companhias de ônibus, por meio do SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo), prometem realizar o pagamento da diferença até sexta-feira.

As viações do subsistema estrutural alegam que enfrentam problemas de caixa por causa da crise econômica e queda no número de passageiros.

A Prefeitura de São Paulo não aumentou o valor dos repasses às companhias de ônibus em maio, conforme determinado pelos contratos.

No entanto, as companhias não relacionam o não pagamento do reajuste salarial ao fato de correção da remuneração ainda não ter sido realizada pela prefeitura.

A SPTrans informou que o valor do reajuste dos repasses às empresas não foi corrigido ainda porque falta um índice que é estipulado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A situação é ainda mais grave no subsistema local.

Entre as concessionárias, algumas empresas conseguiram empréstimos bancários para realizarem os pagamentos, o que não foi verificado ainda entre a maior parte das empresas que servem os bairros.

A situação financeira dos transportes na cidade de São Paulo é considerada delicada por profissionais do setor. As viações operam por meio de aditivos contratuais desde 2013 e as empresas que surgiram das cooperativas atuam por meio de renovações emergenciais desde 2014.

Isso ocorre porque a licitação dos transportes na cidade, que deveria ser realizada em 2013, ainda não saiu do papel.

Em 2013, o motivo segundo a prefeitura, foram as manifestações contra aumento das tarifas que fizeram com que o poder público recuasse do modelo apresentado em audiências públicas à época pelo Secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto.

A licitação só foi aberta no ano passado, mas em novembro o TCM (Tribunal de Contas do Município) barrou a disputa apontando uma série de questionamentos acerca dos editais.

Não há previsão para o certame ser liberado.

Alteração da taxa de retorno das empresas e enxugamento de custos, com a eliminação de sobreposições, por exemplo, são alguns dos objetivos da prefeitura com a licitação.

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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