O primeiro trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no centro do Rio de Janeiro, entrará em operação no dia 22, ligando, de modo inédito, a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont. Especialistas em planejamento urbano e em transportes têm opiniões diversas sobre a novidade. Por um lado, o modal é elogiado por ser ecológico e de alta capacidade; por outro, criticado por desvirtuar o projeto original da Avenida Rio Branco, aberta há 111 anos.
Obra vinculada à Olimpíada, o VLT é desaprovado por urbanistas por ignorar a vocação da Avenida Rio Branco de ligar a Baía de Guanabara, da Praça Mauá (seu início), do lado do Porto, à Avenida Beira-Mar, junto ao Aterro (onde termina).
Circunscrito ao centro, o VLT é tratado pela prefeitura como “símbolo da mudança na dinâmica social e econômica vivida pela cidade”. O fato de não fazer uso de cabos aéreos para captar energia elétrica (a alimentação é feita pelo trilho) é ressaltado como dado de modernidade. O modal se insere no contexto da revitalização da zona portuária.
Os testes vêm sendo feitos desde o ano passado. A inauguração será em esquema de “soft opening”, ou seja, só por algumas horas por dia. Futuramente, o VLT funcionará 24 horas. Para o segundo semestre é aguardada a entrega do segundo trecho de trilhos, da estação ferroviária Central do Brasil à Praça 15, de onde partem as barcas para Niterói. Serão seis linhas, 28 quilômetros e 31 paradas. A tarifa custará R$ 3,80, o mesmo que os ônibus cariocas.
Mas a estreia dos bondes, cujos trilhos vêm sendo instalado há dois anos, incluindo as escavações, suscita dúvidas quanto à segurança dos pedestres. Embora o VLT tenha aviso sonoro, o costume dos cariocas de atravessar as ruas fora da faixa preocupa. Outra expectativa é com relação aos calotes. Como não haverá catracas, o usuário validará o bilhete por conta própria. Fiscais deverão estar nos bondes. Quem não tiver pago a tarifa será multado em R$ 170. Em caso de reincidência, o valor subirá para R$ 255.
Fonte: O Estado de São Paulo