Quem depende de transporte por ônibus na cidade de São Paulo pode enfrentar problemas a partir desta terça-feira, 10 de maio de 2016.
O Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) informou ao Blog Ponto de Ônibus que a partir de terça-feira, 10 de maio, a categoria cogita realizar paralisações espalhadas na cidade e que, na próxima sexta-feira, dia 13 de maio, pode ser realizada uma greve que afetaria todas as empresas de ônibus. Os veículos sairiam nos primeiros horários, mas ainda na parte da manhã parariam no meio do trajeto, afetando também o trânsito. Os terminais seriam fechados.
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O motivo, segundo a entidade trabalhista, é que ainda não houve acordo com as empresas de ônibus a respeito do reajuste salarial de motoristas, cobradores e demais funcionários dos transportes.
A categoria pede reposição da inflação acumulada mais aumento salarial real de 5%. Além disso, os trabalhadores querem R$ 2.000,00 de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e vale-refeição de R$ 25,00.
Segundo o sindicato, na próxima terça-feira às 11h, haverá uma reunião com os empresários na Secretaria Municipal de Transportes com a presença de representantes da Prefeitura de São Paulo para tentar por fim ao impasse. No entanto, se não houver acordo, ainda segundo o sindicato, as primeiras paralisações devem ocorrer logo em seguida.
A SPTrans informou que “até o momento, não está agendado o citado encontro.”
O sindicato dos trabalhadores diz que não recebeu nenhuma proposta das empresas de ônibus sobre a campanha salarial que está em andamento.
Em entrevista ao Blog Ponto de Ônibus, o presidente do SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo), Francisco Christovam, informou que as empresas estão em negociação com os trabalhadores, mas a situação financeira do sistema de transportes na cidade de São Paulo não permite atender as reivindicações da categoria.
Francisco Christovam disse que a Prefeitura de São Paulo tem atrasado sistematicamente os repasses às empresas de ônibus referentes a gratuidades e meia passagem, o que tem provocado dificuldades financeiras em todo o sistema de transportes.
Francisco Christovam também disse que a Prefeitura de São Paulo não sinalizou de maneira clara se vai cumprir os reajustes nos valores de contratos com as empresas de ônibus na ordem de 6% a 7%, percentuais que deveriam ser aplicados neste mês de maio.
“Isso causa uma insegurança muito grande para operação de transportes. Além disso, não estamos sendo remunerados por outros investimentos como os ônibus com ar-condicionado. O equipamento custa em torno de 10% do valor do veículo e requer mais gastos com manutenção e consome mais combustível. Somos a favor do ar-condicionado para ampliar o conforto ao passageiro, mas tem de haver compensação”, disse.
A SPTrans informou que não há atrasos constantes nos repasses.
“A Secretaria [Municipal de Transportes] tem mantido diálogo permanente com todos os setores do sistema de transportes da cidade. Quanto aos repasses, têm sido feitos normalmente. Se houve algum tipo de atraso foi eventual.”
* Com informações do Blog Ponto de Ônibus