Passageiros de ônibus de Curitiba, no Paraná, devem estar atentos para a possibilidade de paralisação dos transportes na próxima semana.
Motoristas e cobradores de ônibus protestam contra anúncio da Urbanização de Curitiba, gerenciadora do sistema local, que deve rever multas no sistema que foram aplicadas entre 2011 e 2012 e depois arquivadas.
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O Sindimoc, sindicato que representa a categoria, tem realizado assembleias nas garagens e, de acordo com a entidade, 8 mil 750 mil trabalhadores já aprovaram a possibilidade de paralisação.
As assembleias foram feitas nas empresas do sistema municipal: São José, CCD, Tamandaré Filial, Cidade Sorriso, Mercês, Glória, Marechal Matriz e Filial, Santo Antônio Filial, Expresso Azul, Araucária Filial e Redentor.
Como o indicativo de greve foi aprovado nas primeiras garagens, na última terça-feira, dia 17 de maio, a categoria pode realizar a paralisação já em qualquer dia da próxima semana.
Nesta segunda-feira, dia 23 de maio, será realizada assembleia na Viação Mercês, a última que resta de todas as companhias que integram os três consórcios operadores municipais: Pioneiro, Transbus e Pontual.
Posteriormente, ainda na segunda-feira, o sindicato deve realizar uma assembleia geral da categoria que pode decretar a paralisação.
O Setransp, que é o sindicato que representa as empresas de ônibus, afirmou que se a multa que pode ser reativada pela Urbanização de Curitiba for relacionada ao comportamento do funcionário, as companhias devem realizar os descontos nos salários.
Já a Urbanização de Curitiba afirmou que serão revistas as multas referentes ao trabalho das empresas de ônibus e não à atuação dos funcionários. A Urbanização de Curitiba também informou que nenhuma dessas multas antigas foi aplicada ainda.
“Alguns têm falado que as multas foram desarquivadas, não é isso. Implantamos um sistema de auditoria e controladoria e descobrimos que tinham multas que não foram pagas Alguns têm falado que as multas foram desarquivadas, não é isso. Implantamos um sistema de auditoria e controladoria e descobrimos que tinham multas que não foram pagas”, declarou nesta semana o presidente da UUrbanização de Curitiba, Roberto Gregório.
As empresas, entretanto, disseram em nota do Setransp que a maioria das multas “Se refere à atuação de motoristas e cobradores e o valor gira em torno de R$ 2 milhões. As empresas, por meio do Setransp, entraram na Justiça contra essa cobrança e obtiveram liminar determinando que a Urbanização de Curitiba suspenda o desconto e apresente documentação em juízo, informando a que se referem tais multas.”
“Tem trabalhador com salário de R$ 1,2 mil e mais de R$ 3 mil em multa abusiva para pagar. Não tem como tolerar isso”, afirmou em nota o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana, Anderson Teixeira.
Na mesma nota, a entidade trabalhista relaciona alguns tipos de multas:
- Multa a motorista que parou ônibus para ajudar passageiro desmaiado dentro do coletivo.
- Multa contra motorista que teve ônibus quebrado por vândalos.
- Multa contra trabalhador que foi ao banheiro urinar.
- Multa a trabalhador por usar blusa por cima de uniforme, numa época em que empresas não forneciam uniformes apropriados para o frio.
- Multa contra cobrador que não conseguiu conter invasão em massa do coletivo.
- Multa contra trabalhador que não expulsou pedinte de dentro do coletivo.