O serviço do aplicativo Uber no Brasil deve ter um dia atípico na segunda-feira, após a o feriado de Páscoa, dia 28 de março. Motoristas do serviço ameaçam a realização de uma greve, ficando off-line durante 24 horas a partir das 5h do dia 28 de março.
O motivo, segundo comunicado que tem circulado em grupos virtuais dos profissionais, é o “valor irrisório” cobrado pelas corridas frente ao custo dos motoristas para manutenção.
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Para o presidente da associação dos motoristas do Uber, Nelson Bazolli, os valores baixos do serviço podem ser um diferencial para atrair clientes, mas não cobrem os custos dos motoristas. “Deixa de se dar água [aos passageiros], deixa de se dar bala, os pneus começam a desgastar, a manutenção e a limpeza do carro não conseguem ser mantidas em dia. Já escutamos que a qualidade está caindo”, afirma.
Com a redução das tarifas em 15% em novembro, Nelson Bazolli diz que os motoristas têm que “trabalhar mais para ganhar a mesma coisa“. “O Uber vendeu um sonho em que os motoristas tiravam R$ 7 mil [por mês]. Hoje não dá para tirar R$ 2 mil.”
A greve não deve impactar apenas os ganhos da companhia no dia 28 de março. O eventual número escasso de motoristas do Uber em atividade fará com que a taxa dinâmica do aplicativo – baseada em oferta e procura – suba, o que deve onerar o passageiro que optar pelo serviço no dia.
O Uber informou ter aferido, com base em dados de mais de 400 cidades de atuação, que a redução dos valores aumenta a procura de usuários e que, com isso, os motoristas farão mais viagens, chegando até a ganhar mais. “O aumento na demanda significa que os parceiros passam a fazer mais viagens por hora e ficam menos tempo rodando entre uma viagem e outra”, conclui.