Ainda neste ano, o Governo do Estado vai privatizar um trecho de 117 quilômetros da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, que ganhará mais dois pedágios entre a Vila Caiçara, em Praia Grande, e Miracatu, no Vale do Ribeira.
A medida elevará o custo de tráfego dos usuários que já pagam hoje R$ 6,40 no pedágio cobrado pela Ecovias na praça da Área Continental de São Vicente (km 280), no trecho que vai da antiga curva do S, em Praia Grande, em direção às rodovias Anchieta e Imigrantes, em Cubatão.
As duas novas praças de pedágio serão instaladas nos kms 294 em Praia Grande e 364, em Itariri. Os primeiros protestos contra a medida já ecoaram em Peruíbe, na audiência pública promovida terça-feira (2) pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
O evento teve participação de cerca de 70 pessoas, a maioria representantes de prefeituras do Litoral Sul e Vale do Ribeira. Eles temem que a cobrança de novos pedágios após a concessão à iniciativa privada traga prejuízos à economia de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo e Miracatu.
A criação de novas praças de pedágio nos traz seríssimas preocupações, em especial no tocante à localização da primeira, no km 294, na medida em que, certamente, ocasionará prejuízos para o desenvolvimento econômico de Praia Grande e aumentará ainda mais os desvios para dentro da Cidade, como acontece atualmente”, prevê o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão.
Durante a audiência, ele protocolou um apelo a Giovanni Pengue Filho, diretor-geral da Artesp, para que reveja a proposta e exclua do projeto a praça de pedágio no km 294, na altura da Vila Caiçara.
O principal argumento de Mourão é que, além dos prejuízos à cidade, a Prefeitura já vem arcando com a realização de obras viárias de grande porte para vencer a separação da área urbana que essa rodovia provoca no Município.
Como compensação a esses investimentos já realizados, o prefeito reivindica a suspensão da instalação de uma das praças de pedágio em Praia Grande.
“Outra questão afetada pelas praças de pedágio refere-se ao desenvolvimento econômico da região, já que a tendência é que novos empreendimentos deverão evitar este trecho pedagiado e buscarão investir em outras localidades”, argumenta.
Outro lado
Segundo o Governo do Estado, o sistema de cobrança de pedágio servirá para atrair investidores que participarão do leilão que escolherá a concessionária, ainda neste ano. O projeto de concessão da rodovia prevê uma concorrência pública internacional.
Por exigência do edital, o valor médio da tarifa ainda será definido no contrato e deverá levar em conta o valor quilométrico, e ser cerca de 27% inferior às praticadas nas concessões das rodovias Anchieta/Imigrantes e Anhanguera/Bandeirantes.
* As informações são do jornal A Tribuna