Após detenção de ambulante, repórter de jornal é ameaçado por seguranças da CPTM

O repórter do jornal Folha de São Paulo, Leandro Machado, foi ameaçado na noite desta quarta-feira (3) por policiais ferroviários que trabalham para a CPTM.

Por volta das 21h30, o repórter presenciou dois policiais arrastando à força um homem para dentro de uma sala da estação Itaquera, linha 11-coral. Os policiais diziam que o rapaz havia roubado um passageiro – depois, mudaram a versão e relataram que o homem era um ambulante. É proibido vender qualquer produto nos trens.

Participe dos canais do Mobilidade Sampa: X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube, LinkedIn ou canais no WhatsApp e Telegram

Passageiros gritavam que o homem não havia feito nada. Segundo o repórter, do lado de fora da sala era possível ouvir o rapaz gritando.

Machado se identificou como repórter, colocando o crachá da empresa. Questionou os seguranças sobre o motivo da detenção e por que o rapaz estava gritando. Em seguida, diz, o segurança entrou na sala, e o rapaz parou de gritar.

Então os dois policiais, ambos fardados, armados e sem identificação, saíram e obrigaram Leandro Machado a entrar em uma sala da estação. Disseram que, se fossem fotografados, iriam processar o repórter e levá-lo à delegacia, conta Machado.

Segundo o repórter, os policiais o ameaçaram. “Eles me encostaram em um canto. Um deles tentou pegar meu crachá e meu celular. Ameaçou me agredir, mas o outro impediu”, conta o repórter.

O repórter e o ambulante foram liberados cerca de 15 minutos depois. Mas os policiais ferroviários, diz Machado, o impediram de chegar perto do ambulante. “O ambulante ainda gritou: “Alemão [repórter], eles [policiais] disseram que se você não for embora, vão me levar para a delegacia”.

A CPTM disse que os policiais relataram que, antes da detenção, o ambulante havia se recusado a desembarcar do trem e que “havia sido hostil” com os policiais. A mercadoria do ambulante foi apreendida. A CPTM diz que orientou os profissionais sobre o uso da identificação.

A companhia afirma que abriu apuração interna para saber se houve excesso por parte dos agentes contra o repórter da Folha de São Paulo.

Fonte: Folha de São Paulo

Deixe um comentário