O protesto contra o aumento da tarifa do transporte público, em São Paulo, terminou em confronto entre mascarados e policiais militares na noite desta sexta-feira (8). Houve vandalismo em ruas do Centro e muitas bombas foram lançadas pela Polícia Militar. Convocado pelo Movimento Passe Livre, o ato começou pacífico na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal, e seguiu por ruas da região.
A Secretaria da Segurança Pública diz que 17 pessoas foram detidas. Um artefato explosivo foi encontrado com um dos presos, segundo a polícia. Três policiais militares ficaram feridos por pedras atiradas no confronto. Três agências bancárias foram danificadas. Um carro da CET, um da SPTrans e dois da Polícia Militar acabaram depredados. Por volta das 3h de sábado (9), foram liberadas as 11 pessoas que ainda estavam detidas no 78º DP (Jardins).
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A tarifa de ônibus, trens e metrô sobe de R$ 3,50 para R$ 3,80 neste sábado (9). A concentração do ato ocorreu na Praça Ramos de Azevedo por volta das 17h.
Lá, os manifestantes pintaram faixas com críticas ao novo valor. Havia também alguns mascarados, mas, naquele momento, o ato era pacífico. A Polícia Militar acompanhava de perto. Segundo o Movimento Passe Livre, cerca de 30 mil participaram do ato. A Polícia Militar diz que foram 3 mil.
Por volta das 18h30, os manifestantes saíram em direção à Praça da Sé. Eles pretendiam seguir pela Avenida 23 de Maio e Viaduto Dona Paulina. Às 19h20 os manifestantes estavam no Vale do Anhangabaú.
Minutos depois, quando tentaram ocupar ambos os sentidos da Avenida 23 de Maio, discutiram com uma pessoa em um carro preto. O veículo tentava passar pelos manifestantes, que hostilizaram a pessoa. A Polícia Militar decidiu intervir e o confronto começou.
Mascarados atiraram pedras e até coquetéis molotov em direção aos policiais militares, que revidaram com bombas de efeito moral. Um policial ficou ferido neste momento. Um carro da CET teve os vidros destruídos. Segundo a Polícia Militar, um carro da corporação também foi depredado.
Alguns manifestantes pararam ônibus e forçaram os passageiros a descer. Eles usaram até um extintor de incêndio para quebrar os vidros dos veículos, que ficaram atravessados nas vias.
Um mascarado arrastou um saco de lixo em chamas para dentro de um ônibus, que não chegou a pegar fogo. Novamente, a Polícia Militar lançou bombas para dispersar os manifestantes.
Novo tumulto ocorreu na Rua Conselheiro Crispiniano com a Avenida São João por volta das 20h30. Um morador de rua colocou fogo em uma barricada feita por manifestantes. A Polícia Militar chegou, lançou bombas e deteve uma pessoa.
Um orelhão foi totalmente destruído. Agências bancárias e ônibus foram destruídos pelos mascarados, que também atearam fogo em sacos de lixo e em objetos de plástico. Os bombeiros percorreram diversos pontos para apagar os focos de incêndio.
A estação Anhangabaú, da Linha 3-Vermelha do Metrô, chegou a ficar totalmente fechada. A estação São Bento, da Linha 1-Azul, teve somente um dos acessos abertos.
Avenida Paulista
Manifestantes que saíram do Centro subiram para a Avenida Paulista e bloquearam o trânsito. Policiais Militares da região chegaram logo em seguida e dispararam bombas de efeito moral. Motoristas que seguiam pelo sentido Consolação acabaram invadindo a ciclovia da avenida para seguir pela outra pista.
A avenida chegou a ficar totalmente fechada na altura da Avenida Brigadeiro Luís Antônio. O trânsito foi desviado na altura da Alameda Ministro Rocha Azevedo. Às 21h10 o tráfego já havia sido liberado e policiais militares circulavam pela via.
Briga
No início da confusão no Centro, uma briga terminou com um policial tendo de intervir. Três homens começaram a trocar socos sobre o Viaduto do Chá. Um policial militar que estava por lá sacou a pistola e imobilizou um dos homens. O motivo desta confusão não foi informado.
Fonte: G1 São Paulo