O Laboratório de Mobilidade e Protocolos Abertos (MobiLab) da Secretaria Municipal de Transportes (SMT) está recebendo, até 19 de janeiro, o Harvard Experience. Um grupo de estudantes dessa Universidade juntou-se a estudantes brasileiros para avaliar problemas das cidades.
A experiência permitirá ao Laboratório extrair resultados de tecnologia e material humano de ponta, levando ao conhecimento de formas inovadoras de trabalhar os dados do transporte público na cidade, além de promover maior aprendizado para os estudantes brasileiros e estrangeiros.
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Os alunos que fazem parte da experiência no MobiLab integram cursos de tecnologia como Ciências da Computação, Engenharia e Matemática. O grupo é composto por dez graduandos da universidade norte-americana e dez estudantes do Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME-USP) e da Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro. A escolha foi feita por professores de cada uma das instituições de acordo com o desempenho em seus respectivos cursos.
Jason Dyett, um dos diretores executivos do escritório de Harvard no Brasil, destacou que a iniciativa visa mostrar os conceitos de globalização aos participantes, além de aprimorar o conhecimento sobre o país. “O objetivo não é vir ensinar os brasileiros, mas, sim, aprender e trocar experiências”, afirmou. Vinícius Licks, brasileiro e também diretor da universidade no país, apontou a importância dos estudantes locais durante o evento. “É possível encontrar alunos locais com formação em tecnologia e vontade de colocar seu conhecimento a serviço da sociedade”, disse. Dyett também lembrou que projetos que melhorem o transporte público têm impacto direto na saúde da população da cidade, ao reduzir a poluição do ar e melhorando a qualidade do ambiente.
Os temas de cada grupo são os seguintes: melhor uso de imagens aéreas para otimizar o planejamento da infraestrutura da mobilidade urbana; utilização aprimorada das informações históricas geo-referenciadas nas tendências de transporte público para sugerir melhorias; utilizar os dados existentes dos sistemas de radares para entender padrões de origem e destino dos veículos; e uso das informações de GPS e radares para planejar pró-ativamente adaptações no planejamento do sistema de transporte em caso de eventos excepcionais.
Oskar Kocol, estudante polonês de Ciência da Computação, aprovou a abertura de dados por parte da SPTrans e apontou que essa medida seria útil em outras partes do mundo. “Na Europa não é comum divulgar os dados desta forma. O projeto de São Paulo de abrir tantas informações é incrível. Há muito potencial em estudantes que possam acessar esses dados e ajudar outras pessoas em diversas áreas”, disse.
Já Fernanda da Cunha Duarte, estudante de Matemática Aplicada da FGV do Rio, disse que no primeiro dia de trabalhos foi possível identificar propostas que podem ser aplicadas também na capital fluminense. Ela também identificou a relação entre o trabalho no MobiLab e a rotina de qualquer pessoa. “A mobilidade urbana está relacionada ao meu dia-a-dia, com problemas que temos que lidar todos os dias”, comentou.
A americana Monica Mishra, estudante de Ciências da Computação, disse que tem aulas que falam das diferenças entre os países no mundo, mas “vir ao MobiLab é uma possibilidade de colocar em prática o que aprendemos na sala”. O brasileiro Lucas del Esposte, que faz seu mestrado no IME-USP, espera aprender bastante com a experiência. “Vou poder conhecer pessoas que estão produzindo outros tipos de soluções em uma universidade de ponta”, diz.
Durante os dias que ficam no Laboratório, os alunos recebem a colaboração de alguns dos participantes da Hackatona do Ônibus e participarão de atividades culturais, visitando pontos turísticos de São Paulo como o Edifício Martinelli, o Theatro Municipal e o Centro Histórico. O Harvard Experience é um programa contínuo do escritório da universidade no Brasil e, todos os anos, traz estudantes ao país para aprender e interagir com temas relacionados a educação, cidades e saúde pública.