“Inferno, não, moça. Inferno é muito pior que isso”, disse um orientador da CPTM a uma jovem que bradava enquanto era conduzida pela multidão até a catraca do embarque na estação do Brás, no centro.
Tradicional ponto de comércio, a região recebeu nesta terça (22) mais gente do que o normal, segundo frequentadores. Com a estação da Luz da CPTM fechada por causa do incêndio da véspera, muitos usuários embarcaram no Brás – onde convergem a linha 3-Vermelha – do metrô e outras três linhas de trem.
Alguns aproveitaram para fazer compras. Teresa Alves, 52, levou shorts para as sobrinhas e um carrinho para o neto. “Como tive que vir pra cá, aproveitei”, conta ela.
Nabil, 29, vendedor ambulante marroquino, disse que na tarde de segunda (21), quando a estação da Luz pegou fogo, o movimento foi ainda maior. “Mas a PM correu atrás de todo mundo, muita gente perdeu mercadoria.”
Por volta das 17h30, Gilmar Góis, 44, vendedor de bilhete do trem, fazia festa. “Hoje foi bom demais. Vendi bastante. Eu e meio mundo de gente que já foi embora porque ganhou o dia”, afirmou.
Questionado por que ainda não havia ido embora, já que havia faturado alto, avisou: “Estou esperando a muvuca passar”.
Fonte: Folha de São Paulo