Mais da metade dos trens que atenderão o trecho entre as estações Vila Prudente e São Mateus da Linha 15-Prata já estão no Pátio Oratório. Das 27 composições previstas, 18 foram entregues e quatro se revezam no atendimento aos usuários do transporte. O grande problema é que desde novembro de 2009, quando as obras do monotrilho foram iniciadas, o Governo do Estado conseguiu concluir apenas 2,9 quilômetros de trilhos entre as estações Vila Prudente e Oratório. As duas paradas foram abertas ao público em agosto do ano passado, mas ainda funcionam em horário restrito das 7h às 19h.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô não divulga o planejamento de entrega de novas estações, afirma apenas que a conclusão dos serviços até São Mateus está prevista para 2018. Questionada pela reportagem se durante este período os trens ficarão acumulados no pátio, o Metrô negou que as 14 composições que não estão sendo usadas na operação comercial estejam paradas. Segundo a Companhia, “os trens estão em fase de testes e circulam no horário em que a linha está fechada ao público, cumprindo os requisitos técnicos e protocolos imprescindíveis adotados pelo Metrô e pelas empresas fornecedoras das composições e sistemas”.
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Um antigo comerciante instalado na avenida Oratório, em frente ao pátio, se mostra indignado com a situação. “Não tem cabimento alegarem que vão conseguir usar 18 trens num trecho de menos de três quilômetros. E ninguém do Governo arrisca mais dizer quando será inaugurada outra estação”, argumenta. “É mais uma falha de planejamento nesta obra cheia de problemas. Todo mundo que vê esse pátio fica espantado com esse monte de trens parados”, completa o comerciante que pede para não ter o nome divulgado.
“Esse é mais um motivo que reforça a necessidade de instalarmos a CPI na Câmara Municipal para apurarmos a falta de planejamento na obra do monotrilho que de repente, por exemplo, está remanejando o Córrego da Mooca para construir as três próximas estações: São Lucas, Camilo Haddad e Tolstói”, comenta a vereadora Juliana Cardoso (PT). Ela é autora de requerimento protocolado em junho passado para instalar CPI sobre os atrasos e custo do monotrilho. “Nesse caso, a população ainda precisa saber se essa quantidade de trens foi adquirida para operar no percurso até Cidade Tiradentes, pois o Estado desistiu de construir o monotrilho até lá”, conclui.
Em setembro, o Governo do Estado decidiu congelar parte da Linha 15-Prata. Por enquanto, não haverá expansão a partir de São Mateus até Cidade Tiradentes e também no trecho entre Vila Prudente e Ipiranga. O Metrô alega que não houve alteração no projeto, apenas foi anunciada a prioridade de concluir o trecho que já está com obras avançadas, de Vila Prudente até Iguatemi, antes de abrir novas frentes de trabalho.
Fonte: Folha da Vila Prudente