As obras de duplicação da Serra do Cafezal, realizadas pela Autopista Régis Bittencourt, seguem a todo vapor num trecho de aproximadamente 13 quilômetros, entre os municípios de Miracatu e Juquitiba (SP), na rodovia BR-116. As obras estão em curso desde 2010 e já foram concluídos 17,5 quilômetros de pista nova, com a construção de nove viadutos.
Atualmente, as obras estão em andamento entre o km 348 e o km 361,5 – o que representa 100% do trecho previsto em contrato – em ambos os sentidos da rodovia, com a construção de 4 túneis e 20 novos viadutos. Cerca de 1.500 pessoas trabalham nas obras. A perspectiva é concluir até fevereiro de 2017.
Dos nove trechos do total das obras, quatro já foram executados, o que representa 70% da duplicação, e cinco estão em execução. Além da construção dos túneis, as frentes de obras estão trabalhando com serviços de terraplanagem para abertura das novas pistas, drenagem profunda (bueiros e galerias) revestimentos vegetais de taludes de cortes e aterros (encostas) e na infraestrutura dos viadutos. As obras de duplicação são realizadas de forma a não causar perturbação ao tráfego da rodovia. O projeto de engenharia foi concebido para que todas as atividades sejam desenvolvidas na projeção da própria obra e da lateral da pista existente, o máximo possível.
Os túneis permitem a implantação da obra com impacto bem menor do que a solução em cortes e aterros e ainda possibilitam a adequação de traçados mais favoráveis com redução de impacto ambiental. Três túneis já estão em obras desde o início de 2014, no sentido da subida da Serra – alguns desembocam diretamente sob a rodovia existente – com serviços de escavações para abertura dos emboques e desemboques, no km 357, no km 360 e no km 361. Em três extremidades os emboques estão resolvidos com escavação já avançada, em seção plena, pelo método NATM – New Austrian Tunnelling Method. O quarto e último túnel foi iniciado este ano, no km 349.
A nova pista é completada com a construção de pontes e viadutos, o projeto prevê o total de 36 obras deste tipo. Segundo a concessionária, estão sendo aplicados cerca de 150 mil metros cúbicos de concreto nas obras de arte. Os dois maiores viadutos, que juntos totalizam uma extensão de quase 1.200 metros, estão sendo construídos por meio da técnica de balanço sucessivo com seção constante, especificamente para facilitar a execução e reduzir a variação de formas e armaduras.
“Poderia ter sido feito com o dobro do vão livre, mas a demanda concentrada de materiais nas fundações e apoios foi considerada um fator limitante no andamento da obra por conta da dificuldade de abastecimento sujeita às condições do tráfego na Rodovia. Com essa solução, o vão livre ficou bem estético, considerando as alturas de pilares. A declividade máxima da estrada é de 6% e a velocidade em todo o trecho de serra limita-se a 60 km/h”, explica o Superintendente da Autopista Régis Bittencourt, Eneo Palazzi.
Na construção das outras pontes, os pilares são erguidos como prolongamento dos tubulões de fundação. As vigas longarinas de concreto são moldadas “in loco” apoiadas em cimbramento metálico quando viável. O tabuleiro pode ter as lajes moldadas também “in loco” ou executado com vigas transversais e placas, ambas pré-moldadas, montadas por um guindaste de pequeno porte e sobre laje de concreto moldada “in loco”.
Maior investimento
A duplicação da Serra do Cafezal é a obra mais importante do contrato de concessão firmado entre a concessionária e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pelo fato de o trecho ser o único em pista simples da rodovia. O investimento é da ordem de R$1 bilhão. A extensão total da duplicação é de 30 quilômetros, começando no km 336,7 (Juquitiba-SP) e terminando no km 367 (Miracatu-SP) da rodovia Régis Bittencourt. A conclusão total da duplicação da Serra do Cafezal está prevista para fevereiro de 2017.
Uma obra erguida em etapas
A história da duplicação da Rodovia Régis Bittencourt remonta à segunda metade da década de 60. As obras de duplicação começaram pelas extremidades e no início dos anos 70 as saídas e de Curitiba e de São Paulo já estavam duplicadas.
Somente na década de 90 o trecho paulista começou a ser duplicado, com obras pontuais que duraram pouco mais de dez anos. Em 2001, a rodovia estava quase totalmente duplicada, com exceção do trecho da Serra do Cafezal. A primeira licença (Licença Prévia) da serra é datada de 1992. As obras não foram realizadas porque a Licença foi contestada. O Ministério Público acolheu a denúncia e uma Ação Civil Pública decorrente durou até o final de 2010 quando foi declarada improcedente.
A Autopista Régis Bittencourt assumiu a duplicação em 2008, mas a obra foi iniciada em 2010 por demandar estudos de adequação do traçado em função do meio ambiente e por conta da Ação ainda sem solução.“Estudamos esse projeto desde o momento da assinatura do contrato e, em meio e alguns revezes, obtivemos licenças prévias aos poucos para fazer trechos específicos, até obtermos a licença para toda a obra. Ao todo, ficamos dois anos para conseguirmos todas as liberações”, explica Eneo.
Túneis:
Túnel 1 – 350 metros de extensão – 3 faixas de rolamento
Túnel 2 – 250 metros de extensão – 3 faixas de rolamento
Túnel 3 – 700 metros de extensão – 3 faixas de rolamento
Túnel 4 – 400 metros de extensão – 4 faixas de rolamento