Linha 17-Ouro: com quatro anos de atraso, monotrilho fica para fim de 2017

Em janeiro de 2010, o Governo Federal e os governos estaduais, do Distrito Federal e das 12 cidades-sede assinaram a chamada Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo, que continha, entre outras metas, a principal obra de mobilidade urbana a ser erguida em cada cidade.

O planejamento trazia previsões de início e término das obras, custos para cada ente administrativo e divisão das responsabilidades na execução dos projetos. Uma apresentação do Ministério do Esporte de janeiro de 2011 apontou a principal obra em cada um dos municípios que recebeu jogos durante o Mundial de futebol.

Conforme anunciava o Ministério do Esporte à época, todos os projetos estariam finalizados e em funcionamento até dezembro de 2013.

Linha 17-Ouro

A única obra que o Governo do Estado de São Paulo inseriu na Matriz de Responsabilidades da Copa em 2010 foi a Linha 17-Ouro do Metrô. A linha terá 17,7 quilômetros de extensão e 18 estações. Quando assinou a Matriz, a promessa do governo estadual era entregar a obra toda até março de 2013. Para tanto, o governo paulista obteve um financiamento de R$ 1,1 bilhão da Caixa Econômica Federal.

Já quando assinou o contrato com o consórcio vencedor para construir o monotrilho, em julho de 2011, os prazos eram outros. A previsão passou a ser entregar somente dois terços da obra até meados de 2014. O terceiro trecho passou a ter previsão de entrega para meados de 2015. Em novembro do mesmo ano, o Estado passou a dizer que, a tempo para a Copa do Mundo, apenas pouco mais de um terço da linha, ou 7,7 quilômetros, estariam prontos.

Já em novembro de 2012, após atrasos nas desapropriações necessárias para a obra, que enfrentaram contestações judiciais em virtude dos baixos valores indenizatórios ou problemas nas políticas de habitação relacionadas, o governador Geraldo Alckmin admitiu que o primeiro trecho da obra só deveria ficar pronto, se ficasse, no final de 2014.

Não ficou. Atualmente, o Estado do São Paulo promete que irá entregar toda a obra – prometida para março de 2013 – até o final de 2017.

Nova versão para os atrasos

Foto: Edson Lopes Junior/Divulgação

O governo paulista entrou em contato com o portal UOL Esporte e passou mais uma versão para justificar os atrasos da Linha 17-Ouro.

Para justificar o atraso de mais de quatro anos no projeto, o governo paulista afirmou que “a Linha 17-Ouro foi retirada da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo de 2014 porque os jogos deste torneio de futebol na capital paulista aconteceriam no estádio que foi construído no bairro de Itaquera, zona Leste da cidade, e não no Morumbi, como cogitado inicialmente”.

Veja, abaixo, a íntegra da nota do governo estadual enviada ao portal UOL Esporte, com a quarta versão de prazos e justificativas para o atraso enviada pelo governo paulista somente à redação do portal:

“O Metrô lamenta não ter sido procurado para prestar esclarecimentos sobre a matéria publicada hoje, dia 17, no portal de notícias, que cita, de forma equivocada, o monotrilho da Linha 17-Ouro, como obra “dentro do planejamento brasileiro em mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014.”

“A Companhia esclarece que a Linha 17-Ouro foi retirada da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo de 2014 porque os jogos deste torneio de futebol na capital paulista aconteceriam no estádio que foi construído no bairro de Itaquera, zona Leste da cidade, e não no Morumbi, como cogitado inicialmente. Em 26 de dezembro de 2012, foi publicada no DOU a Resolução nº 22, de 21/12/12, do Ministério do Esporte, autorizando a atualização da Matriz de Responsabilidade da Copa 2014 com a devida exclusão da Linha 17-Ouro. Importante frisar que esta linha foi projetada independentemente da realização do evento, para atender à população da região metropolitana de São Paulo, beneficiando a mais de 400 mil pessoas por dia.”

Transcarioca, no Rio de Janeiro: a única obra entregue

Foto: Armênio da Costa Dias

A Transcarioca é a obra mais cara entre todas as realizadas para a Copa do Mundo de 2014. O sistema de BRT ligando a Barra da Tijuca ao Aeroporto do Galeão tinha prazo de conclusão para maio de 2013 e custo previsto de R$ 1,6 bilhão. Estourou o prazo e o preço, mas está em pleno funcionamento.

Ainda inacabado, foi oficialmente inaugurado em abril do ano passado após consumir R$ 2,2 bilhões. Sua construção trouxe benefícios a quem usa o transporte público, mas ainda apresenta problemas que estão sendo resolvidos pouco a pouco.

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