Após a cidade de São Paulo ter recebido um grau de investimento da agência internacional Fitch Ratings, o prefeito Fernando Haddad admitiu que pode acionar a iniciativa privada para financiar obras públicas que seriam custeadas pelo governo federal por meio de repasses do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
“Se o governo federal continuar com dificuldade de cumprir os compromissos nós podemos financiar essas obras. Nós temos espaço agora para isso”, afirmou Haddad.
O prefeito disse na manhã desta quinta-feira (12) que com a credibilidade que a cidade ganhou para receber investimentos, o planejamento de obras da capital paulista, que já está feito, pode ser executado.
“Com essa nova realidade nós podemos nos planejar. Não precisamos mais pensar um mandato, podemos pensar 10 anos, 15 anos. Nosso Plano Diretor vai até 2029, nós podemos pensar as obras públicas e privadas, as parcerias, até 2029. Não precisamos mais ficar restritos a um curto prazo”, ressaltou.
Desde a contratação da agência Fitch, a Prefeitura de São Paulo vem sendo sondada por bancos, inclusive estrangeiros, que estão dispostos a oferecer linhas baratas de crédito a longo prazo.
A estimativa da Prefeitura com a nova credibilidade é que seja possível financiar um valor de R$ 15 bilhões para obras.
MOBILIDADE
Em relação às obras de mobilidade da cidade devido a demora no repasse de recursos do PAC pelo governo federal, o prefeito destacou que o projeto está andando mesmo os repasses estarem sendo feitos em um ritmo “bem lento”.
Com a crise econômica, o financiamento da União para a construção dos corredores de ônibus tem recebido poucos repasses. Apesar disso, inicialmente, Haddad não cogita financiar as obras de mobilidade já licitadas e acordadas com o Ministério das Cidades.
“Tenho mais expectativa de resolver o problema com a União na mobilidade, acho mais fácil. E eventualmente usar o financiamento para drenagem e reassentamento”, disse.
Enquanto o dinheiro não vem, a gestão municipal tem feito manobras para tirar os projetos do papel. “Nós [prefeitura] estamos dando impulso. Você faz a faixa até construir o corredor, você não inviabiliza, o projeto de mobilidade está andando”.
Apesar de não ter uma previsão do repasse programado das verbas do PAC, o prefeito continua otimista em ver a cor do dinheiro. “Eu não desisti de nada”, ressaltou.
Fonte: G1