Comissão apura causas sobre atraso de obras na Linha 18-Bronze do Metrô

Foto: Roberto Navarro

Em reunião extraordinária da Comissão de Transportes e Comunicações ocorrida nesta segunda-feira, 23/11, os secretários Dario Rais Lopes e Clodoaldo Pelissioni, discordaram sobre as causas do início das obras da Linha 18-Bronze do Metrô.

Rais Lopes, secretário nacional de Mobilidade Urbana, deixou clara sua posição de não estar certo de que o monotrilho seja opção mais adequada para o trecho, embora o governo federal não faça objeções a qualquer ação de financiamento. A seu ver, há incertezas sobre o êxito do monotrilho, por isso seria melhor que houvesse a consolidação de uma linha antes de se iniciar a construção de outras, como o pretendido. Para ele, o atraso no início das obras pode ser aproveitado, inclusive, para uma revisão no projeto. “O atraso não é problema porque permitirá uma implantação melhor. Procuramos certeza antes de dar o próximo passo; um pouco de prudência”, declarou.

Entretanto, a não liberação do dinheiro pelo governo federal não tem a ver com o modal escolhido. Segundo Rais Lopes, o fato que impediu a liberação da verba federal foi o fato de o governo estadual não ter previsto os recursos necessários para bancar as desapropriações necessárias, o que deveria ser feito antes mesmo de licitada a obra.

Clodoaldo Pelissioni (atual secretário estadual dos Transportes Metropolitanos)

Contestações

As palavras de Rais Lopes foram contestadas primeiro por Pelissioni, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, e também pelos secretários municipais e vereadores que representavam, nesta reunião, as três cidades do ABC que serão interligados pela Linha 18 (São Caetano, São Bernardo e Santo André) à capital paulista.

Pelissiani esclareceu que a Parceria Público Privada (PPP) para a Linha 18 foi assinada em agosto de 2014, sendo que a partir dessa data haveria ainda mais seis meses para a execução do contrato. Citou cifras e informou que havia uma autorização, aprovada pela Assembleia Legislativa, para empréstimo de R$ 1,2 bilhão, ainda a ser liberado pelo governo federal, através do BNDES. Entretanto, esse valor estaria vinculado à liberação de outros R$ 500 milhões, que seriam utilizados para as desapropriações, com aval da Caixa Econômica Federal, através do Comitê de Financiamento Externo (Cofiex). A liberação desses valores ainda não ocorreu e, segundo e-mail entregue ao deputado Orlando Morando, “não há previsão do Cofiex para liberação desses recursos.”

Rui Stefanelli, assessor da Comissão de Monitoramento de Concessões e Permissões, afirmou que “não há erro de projeto funcional”, no que foi corroborado pelo secretário de Transportes de São Bernardo do Campo, Oscar José Garneiro Silveira Campos, para quem o modal escolhido é adequado: “os monotrilhos já estão consolidados em outros países”.

Silveira Campos explicou ainda que as desapropriações, em outros traçados, seriam mais onerosas e que o sistema subterrâneo havia sido descartado por ser de três a quatro vezes mais caro pelo fato de a região possuir muitos rios. “O modal que mais se encaixou foi o monotrilho”, concluiu.

* Com informações da ALESP

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