Três em cada quatro obras do PAC Mobilidade atrasaram ou pararam

De cada quatro obras previstas no PAC da Mobilidade Urbana, três não começaram, estão paradas ou atrasadas.

É o que informou o Ministério das Cidades, responsável pelo programa, no mês passado. Após as manifestações populares de junho de 2013, há pouco mais de dois anos, os projetos de transporte público em grandes e médias cidades foi turbinado pelo governo, que anunciou R$ 50 bilhões para obras do setor. Esse valor foi ampliado para R$ 148 bilhões ao longo do tempo. Mas, na prática, pouco saiu do papel.

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Os dados constam em relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) aprovado nesta quarta-feira (16). A análise sobre a situação das obras de transporte do PAC foi pedida pela deputada Federal Clarissa Garotinho (PR-RJ), presidente da Comissão de Viação e Transportes.

Segundo o relatório, há 378 obras previstas no PAC Mobilidade, com orçamento previsto de R$ 29 bilhões. Mas 69% delas sequer começaram.

Por causa desse índice, o TCU separou apenas as obras que já foram iniciadas para saber como está o andamento delas. E os números não são melhores: 48% dos empreendimentos iniciados estão parados ou atrasados, num total de 55 obras. O índice não contabiliza um percentual grande de empreendimentos, cerca de 20% dos iniciados, que o Ministério das Cidades classifica como “iniciados sem medição”. O TCU encontrou vários deles parados, como o corredor de ônibus da Radial Leste, em São Paulo.

OUTRO LADO

O Ministério das Cidades informou que “mantém carteira de investimento de R$ 153,5 bilhões com projetos de mobilidade e transporte em todas as regiões do Brasil, já concluiu 33 empreendimentos e trabalha em parceria com Estados e municípios para agilizar as propostas selecionadas, dentro das possibilidades orçamentárias e financeiras”.

Ainda segundo a nota, a liberação de recursos está ligada “à execução das obras, que estão sob a responsabilidade dos governos locais” e que os projetos são “de longo prazo, porque são realizadas em áreas adensadas, com elevado grau de interferências -rede elétrica, hidráulica, telefonia, entre outras– e, em muitos casos, desapropriações”.

Fonte: Folha de São Paulo

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