A Prefeitura de São Paulo decidiu não interditar a passarela para pedestres do aeroporto de Congonhas para evitar interromper o trânsito na avenida Washington Luís, uma das principais ligações à zona sul da cidade.
Um laudo da prefeitura constatou que a travessia Comandante Rolim Amaro está em “estado de iminência de ruptura brusca”. Nesta sexta-feira (11), funcionários já trabalhavam no escoramento da passarela, a fim de prevenir a queda.
“Seria um ‘problemaço’ aqui [a interdição imediata]. Nós não temos outro lugar de acesso. Aqui tem pontos de ônibus, passam mais de 3.000 pessoas diariamente [por cima da passarela]. A CET não achou conveniente parar o trânsito, porque parar o trânsito também traz problemas para São Paulo”, disse o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Luiz Antônio Medeiros.
Segundo ele, há uma equipe monitorando a passarela desde a madrugada, para permitir a segurança dos transeuntes.
“Nós temos engenheiros aqui que, sob qualquer risco de queda, nós interrompemos o trânsito. Qualquer balanço, aí nós temos que interromper. Estamos fazendo uma coisa que eu considero absolutamente segura e preventiva”, disse.
O secretário disse também que equipe permanecerá 24 horas no local, até que a obra de escoramento esteja completa –a previsão é que isso ocorra até o fim do dia.
URGÊNCIA
O laudo apontou que grande parte da estrutura da atual passarela está comprometida pela ferrugem. Além disso, há um deslocamento lateral de cerca de 30 centímetros –é possível notar que a travessia está desalinhada.
Mesmo sem chuva, a água que fica retida na estrutura escorre constantemente da passarela, formando goteiras. Outro problema é o recapeamento do asfalto, que diminui o espaço entre a via e a passarela, aumentando o risco de choques e acidentes.
“50% da estrutura metálica foi corroída e ela está fazendo movimentos. Aumentou a corrosão, nós temos água acumulada aí dentro. A altura também está diminuindo, e realmente pode bater carro ou caminhão aqui”, diz o secretário.
Segundo Medeiros, há urgência na obra e, por isso, não houve tempo para fazer uma licitação.
“Isso aqui seria um desastre para São Paulo, ela já se locomoveu quase meio metro, está torta, é uma questão de muita urgência. O laudo saiu anteontem e ontem eu já busquei uma empresa. Às 5h já estávamos aqui trabalhando”, afirma.
Além de escorar a passarela atual, a prefeitura irá construir uma travessia provisória, que ficará pronta em até uma semana. Só então a estrutura atual será demolida.
A passarela permanente deve demorar ainda seis meses. “Deverá custar uns R$ 3 milhões ou 3,5 milhões, que vão ser arrecadados por meio de cotas com o comércio. Ela vai ter dois elevadores para pessoas com deficiência e uma cobertura para proteger da chuva”, diz Medeiros.
Fonte: Folha de São Paulo