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sexta-feira, março 29, 2024

Após morte de modelo, cicloativistas pedem ajustes em sinalização

Cicloativistas apontam problemas na sinalização da ciclovia da avenida Brigadeiro Faria Lima (zona oeste de São Paulo), onde a modelo e ciclista Mariana Livinalli Rodriguez, 25, foi atropelada na última terça-feira (1º).

A jovem, que morreu nesta quinta (3), circulava de bicicleta quando foi atingida por um ônibus que fazia a conversão na esquina da avenida Brigadeiro Faria Lima com a rua Chopin Tavares de Lima, em Pinheiros.

Mariana sofreu traumatismo craniano e estava na UTI do Hospital das Clínicas.

Segundo a Secretaria da Segurança, a modelo seguia pela ciclovia e colidiu com o para-choque esquerdo do ônibus, caindo e batendo a cabeça.

Os peritos informaram aos policiais que é possível que a modelo não tenha observado o semáforo para bicicletas. O motorista do ônibus disse à polícia que o semáforo estava aberto para ele.

Para o diretor da Ciclocidade, Daniel Guth, a sinalização naquele cruzamento específico pode gerar confusão.

“Naquele ponto, o sinal para os carros está verde, então eles continuam seguindo reto, e para o ciclista está vermelho porque abriu pros demais veículos fazerem conversão”, diz.

“Se o ciclista está acompanhando o movimento dos carros, pode acontecer de achar que está verde para ele.”

Guth afirma que poderia ser criada uma solução como uma lombada, para que os ônibus fizessem a conversão em menor velocidade. “Tem uma série de medidas que poderiam ser feitas que fariam com que aquele cruzamento fosse mais sinalizado.”

André Pasqualini, da ONG CicloBR, afirma que o semáforo para ciclista deveria ficar antes do cruzamento, não depois. “Tem essa falha de sinalização”, diz ele, que também critica o excesso de conversões na via.

Para Pasqualini, no entanto, seria fundamental capacitar melhor os motoristas de ônibus. “Por mais que a ciclista estivesse errada, um motorista experiente teria totais condições de evitar esse tipo de acidente”, disse.

Questionada sobre possíveis mudanças no cruzamento, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não respondeu. Afirmou lamentar o acidente e aguardar a investigação para esclarecer as circunstâncias.

Para especialistas de trânsito, a ampliação das ciclovias resultará naturalmente em mais acidentes. “Há uma exposição ao risco maior, mesmo que as ciclovias sejam sinalizadas e preparadas”, disse Horácio Figueira, mestre em transportes pela USP.

Luiz Célio Bottura, ex-ombudsman da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), diz que acidentes e mortes tendem a crescer, até pela fragilidade das bicicletas. “Ciclista não tem para-choque. O para-choque é ele mesmo.”

Nesta quinta (3), o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que construir ciclovias eleva a segurança dos ciclistas.

LUTO

A agência de modelos Joy Model Management, para a qual Mariana trabalhava, lamentou a morte em sua página na internet e nas redes sociais. A agência destacou que a modelo, natural de Soledade (a 225 km de Porto Alegre), era uma profissional “gentil, amável, promissora.”

Fonte: Folha de São Paulo

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    Paulistano, empresário, aquariano e prestativo. É apaixonado pelos temas marketing digital, mobilidade urbana, recursos humanos e empreendedorismo. É o criador dos sites de mobilidade do Grupo PLN. Quer entrar em contato com o Eduardo? Conecte com ele no LinkedIn ou envie um e-mail para eduardo@mobilidadesampa.com.br.

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