As ex-cooperativas de lotações que operam o sistema local de transporte público se reúnem na tarde desta sexta-feira, 28, para decidir se vão fazer uma paralisação no início da próxima semana, contra o descumprimento da Prefeitura de reajustar os repasses em 11%, como adiantou a coluna Direto da Fonte da jornalista Sônia Racy. A correção determinada pelo gabinete do secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, será de 6,82%. O restante para alcançar o valor pedido pelo setor é uma reposição de equilíbrio econômico. Procurada, a São Paulo Transporte afirmou que “não vai comentar”.
Além da possibilidade de greve, os permissionários ameaçam retirar as catracas dos veículos e cobrar as viagens em dinheiro, da mesma forma que agiam nas gestões Celso Pitta e da ex-petista Marta Suplicy quando eram considerados clandestinos. Hoje, os antigos irregulares são responsáveis por 42,4% dos cerca de 1,6 bilhão de passageiros transportados neste ano, segundo dados da São Paulo Transporte (SPTrans).
A administração Fernando Haddad (PT) obrigou as cooperativas a virar empresas como as concessionárias que operam o sistema estrutura de transporte. Só dessa forma os permissionários poderão participar da nova concessão do transporte coletivo da capital. Na segunda-feira representantes dos antigos cooperados se reuniram na Secretaria Municipal de Transportes.
Tatto colocou o secretário-adjunto de Transportes, José Evaldo Gonçalo, para dialogar com eles. O substituto chegou a dizer para os operadores do transporte local que eles não iriam “pressionar” a Prefeitura e culpou o Governo Federal pelo descumprimento da promessa de 11%. Gonçalo disse que não recebeu dinheiro de Brasília. Procurada, a Prefeitura não comentou.
Histórico
No início de julho, os ex-perueiros e o Sindicato dos Motoristas de Ônibus (Sindimotoristas) de São Paulo iniciaram um conflito com a Prefeitura para que as antigas 12 antigas cooperativas no subsistema local tivessem os mesmos benefícios de CLT que os motoristas e cobradores da rede estrutural. Logo depois, a Prefeitura renovou os contratos emergenciais com os permissionários, com aditivos de 6,82%.
* Com informações do jornal O Estado de São Paulo