Protesto na Sé pede mais punição a “encoxadores” do Metrô

Grupo realizou uma manifestação na noite de terça-feira também em apoio às vítimas

A manicure Fernanda de Oliveira utiliza três linhas do Metrô diariamente para se deslocar da zona leste até a Vila Madalena, onde trabalha. No começo desse ano, em uma das viagens de volta para casa, ela foi abusada por um idoso. Cansada do dia de trabalho, ela teve que brigar com o homem para que ele parasse de se masturbar dentro do vagão, na sua frente.

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  • Fernanda passava pela linha vermelha na noite de terça-feira (2) e deicidiu se unir ao grupo na estação Sé do Metrô, no centro de São Paulo, que pedia mais segurança nos trens contra ‘encoxadores’. O movimento exibiu cartazes e pediu ‘menos propaganda’ e mais informações anti-abuso. A manifestação foi marcada também como forma de apoio à jornalista do R7 que vivenciou um abuso na estação Brás da linha-vermelha, sentido Corinthians-Itaquera, na semana passada.

    O protesto foi marcado por meio das redes sociais e teve a participação de diversos movimentos feministas e de luta dos direitos humanos. Muitos passageiros do metrô que circulavam na estação no horário pararam para prestar apoio.

    A estudante Renta Kawabe interrompeu o trajeto que fazia de volta para casa depois do trabalho para aderir ao atof. Ela disse que nunca sofreu uma situação de abuso no metrô, mas que presenciou algumas e considera uma grande violência que mulheres que ainda tenham que passar por isso.

    — Uma vez eu vi uma mulher partindo para bater em um cara que abusou dela. Ficamos todos assustados, mas ela foi muito corajosa. O normal é ficarmos com medo e caladas. Isso tem que acabar.

    A grafiteira Verônica Amores participou do protesto na noite de terça. Foto: Daia Oliver/R7

    A grafiteira Verônica Amores criticou o Metrô por considerar poucas e ineficazes as propagandas que a companhia faz sobre os possíveis abusos.

    — A empresa [Metrô] precisa se responsabilizar sobre os abusos que acontecem dentro dos trens. Tem propaganda de faculdade, de tudo, exposto de forma gigante. Mas o sms denúncia fica numa plaquinha pequena e escondida.

    O ato lembrou também o estupro de uma funcionária dentro da estação República, da linha 3-vermelha, em abril.

    Fonte: R7