Mesmo antes da inauguração oficial neste domingo (28), a ciclovia da Paulista já vem sendo usada por ciclistas que usam as magrelas como meio de transporte para trabalho e lazer.
A advogada Tatiana Alves Raymundo Lowenthal, 35, roda 12 km de sua casa no Imirim (zona norte) até a avenida Paulista três vezes por semana. O modelo dobrável fica “estacionado” sob a mesa de Tatiana.
Um kit de limpeza com sabonetes e cremes faciais virou item obrigatório, já que há ladeiras que demandam esforço no trajeto de ida e volta. A partir do ano passado, quando as ciclovias começaram a se proliferar, Tatiana diz que se sentiu mais segura.
“Antes eu tinha muito medo do trânsito e do clima hostil dos motoristas que jogam os carros em cima como quem diz aqui “aqui não é seu lugar'”, disse.
O designer Cris Duarte, 39, usa a bike para trabalhar há um ano. Entusiasta das magrelas, criou um aplicativo “bike friendly” chamado Pedalike, que ajuda ciclistas a acharem lugares adaptados para essas bicicletas. “A criação das ciclovias me influenciou a deixar o carro de lado”, disse.
Diego Silva Santos, 25, vive sobre duas rodas há 8 anos para trabalhar e se divertir. Ele atua como entregador de uma empresa que defende o uso das bicicletas. Ele diz que algumas ciclovias sofrem com “pontos cegos” porque a vista é prejudicada por postes.
“Vira uma pista de boliche. Quando você vê, o pedestre já esta em cima”.
TESTE
A reportagem da Folha de São Paulo fez de bicicleta o trajeto da ciclovia, entre a rua da Consolação e a praça Oswaldo Cruz. Apesar de a colocação da sinalização ainda não ter sido finalizada, já é possível notar que os materiais usados na Paulista são de qualidade superior às das ciclovias do resto da cidade. Em vez de pintada com tinta branca, por exemplo, a sinalização horizontal é feita de um material refletivo.
Os cruzamentos, no entanto, podem ser perigosos. Como os semáforos usados são os mesmos que os dos carros, em vez dos aparelhos específicos para bicicletas, que são bem mais baixos, o ciclista tem de ficar mais atento para não furar o sinal.
Um ponto que exigirá paciência dos ciclistas mais apressados é o compartilhamento da via com pedestres, cadeirantes e até skatistas. A ilha para as pessoas que aguardam no canteiro central para atravessar a Paulista geralmente não dá conta de tanta gente.
Como a ciclovia também não é larga, em alguns casos, não dá para desviar. O jeito é parar a bicicleta e esperar, mesmo com o sinal verde para o ciclista. A sensação de segurança, porém, compensa eventuais obstáculos.