Motoristas de van escolar preparam protesto contra lei da cadeirinha

Motoristas de vans escolares marcaram protestos para esta quarta-feira contra a decisão do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) que obriga que o transporte de crianças nesse tipo de veículo seja feito com cadeirinhas.

Segundo a categoria, existem vários empecilhos que dificultam a implantação da medida. Um deles é o fato de os veículos saírem de fábrica com cinto de dois pontos, e não de três. “Seria preciso dar um prazo para o setor poder comprar novos veículos que já saíssem de fábrica com esse cinto de três pontos”, diz Hélio Neves, presidente da Artesul (Associação Regional de Transporte Escolar de São Paulo).

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A manifestação prevê uma carreata saindo de vários pontos da cidade em direção ao estádio do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo. Protesto coincide com início das aulas em várias escolas.

Outra queixa é que as vans transportam crianças de diferentes faixas etárias em turnos diferentes. Com isso, os motoristas não teriam onde colocar cadeirinhas usadas para crianças menores quando transportassem um grupo mais velho.

Segundo Hélio, não é apenas a lei da cadeirinha que motiva o protesto dos motoristas de van escolar. “Temos várias reivindicações, como a não-uniformização dos veículos.”

Ele diz que os motoristas de van escolar também querem benefícios concedidos a taxistas, como a permissão para trafegar no corredor de ônibus em determinados horários e desconto para trocar de carro.

Paralelamente à carreata, circula na internet um abaixo-assinado pedindo a revogação da lei da cadeirinha.

SEGURANÇA

Para a ONG Criança Segura, a decisão do Contran significa um avanço na legislação. “A forma mais segura de transportar crianças nos veículos é na cadeirinha, então entendemos que a decisão do Contran representa um avanço para a segurança infantil no trânsito. Mas chamamos atenção para uma questão, para que a cadeirinha garanta a proteção da criança no veículo, é fundamental que ela seja instalada corretamente, ou seja, em cintos de três pontos, porém a maior parte da frota de transporte escolar conta apenas com os cintos de dois pontos”, explica Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura.

Em 2012, segundo o Datasus, 1.862 crianças de até 14 anos morreram vítimas do trânsito. Deste total, 31% corresponderam aos atropelamentos, 30% aos acidentes com a criança na condição de passageira do veículo, 9% como passageira de motocicleta, 7% na condição de ciclista e os 23% restantes corresponderam a outros tipos de acidentes de trânsito. Além das mortes, 14.720 crianças foram hospitalizadas vítimas de acidentes de trânsito.

Fonte: Blog Maternar