A Polícia Civil procura o motorista que atropelou e matou um gari na noite desta segunda-feira (15), no Centro de São Paulo. Uma testemunha afirmou que o veículo estava em alta velocidade e que o motorista teria tentado fazer uma ultrapassagem proibida.
No acidente, o carro seguia pela faixa da direita e atropelou o gari Alceu Ferraz, 61 anos, que morreu perto da esquina das avenidas São João e Duque de Caxias. O carrinho dele foi arremessado contra o colega José João, 49 anos, que foi levado para Santa Casa com ferimentos leves. Ele passa bem. O motorista não parou para prestar socorro.
A polícia passou a tarde desta terça-feira (16) atrás de imagens que ajudem a identificar o motorista.
O porteiro Daniel dos Santos Paixão viu o atropelamento. “Acho que ele tentou ultrapassar pela direita, acabou atingindo o gari, aí perdeu o controle, subiu na calçada e fugiu.”
Mortes de garis
Este ano, cinco garis morreram enquanto trabalhavam na capital paulista. Pelo menos três foram atropelados. Os amigos de Ferraz contam que o caso desta segunda-feira foi o segundo em menos de uma semana.
“A outra situação foi que o rapaz estava lavando o calçadão, aí veio o carro desgovernado, né?, ali no Paisandu, bêbado, subiu em cima da guia e atropelou o gari”, disse Wilsom Leme, gari.
Os atropelamentos são o tipo de acidente que mais mata na capital. Para os garis que trabalham varrendo ruas e avenidas, o risco é grande. Mas não são o único grupo vulnerável. Para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que traçou um perfil dos atropelados, estudantes e aposentados são as principais vítimas da violência no trânsito.
Segundo a CET, os acidentes fatais aconteceram na Sé, no Centro; Lapa, na Zona Oeste; Itaquera e São Mateus, na Zona Leste; Campo Limpo, M’Boi Mirim e Socorro, na Zona Sul.
Ainda de acordo com a CET, em toda a cidade, os atropelamentos aumentaram muito. Em 2014, foram 555 mortes, quase 10% a mais que em 2013.
A prefeitura diz que para proteger quem está a pé, vai diminuir a velocidade a partir de julho em vias mais movimentadas, como as marginais Pinheiros e Tietê.
“Na expressa 90 [km/h] para 70 [km/h] e na local, aonde está de 70 [km/h], 60 [km/h] e aonde está, se tiver algum trecho que tiver 60 [km/h], para 50 [km/h]”, disse Jilmar Tatto, secretário municipal de transportes. Sobre a morte dos garis, a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) disse que todos os varredores de rua recebem treinamento para evitar acidentes durante o trabalho.
Fonte: G1