Um casal de usuários diz ter sido agredido por seguranças da Linha 3-Vermelha do Metrô. A confusão começou após uma briga entre passageiros dentro de um vagão lotado que se estendeu até a estação Sé, no Centro de São Paulo.
A agressão foi registrada em vídeo por uma das vítimas, a advogada Tatiane Mendes. Ela filmou pelo celular a cena em que o marido, o empresário Rodrigo Namura, recebe um golpe de um dos seguranças e parece prestes a desmaiar. No momento em que gravava, a advogada também foi agarrada e algemada pelos agentes. O tumulto ocorreu na semana passada.
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As vítimas embarcaram na estação República da Linha 3-Vermelha. De acordo com o empresário, a discussão com outros passageiros começou na estação seguinte, Anhangabaú, e se estendeu até a Sé. O motivo seria o vagão lotado e a disputa de espaço durante o embarque dos passageiros.
Na Sé, a composição ficou parada por mais de cinco minutos. “Vieram me puxando do vagão”, disse Namura. “Foi quando eu pedi para não me tocarem. Aí eles me imobilizaram”. Segundo Tatiane, ela lutou com um dos seguranças para que soltassem seu marido. “Quando empurrei mais forte, ele soltou meu marido e veio para cima de mim, me xingou, me desacatou, algemou e falou que eu estava presa”, contou.
As mulheres que reclamaram que tinham sido empurradas foram embora e os seguranças foram com as vítimas até uma delegacia. O caso foi registrado como lesão corporal. No boletim de ocorrência, o empresário e um dos seguranças aparecem como vítimas. A advogada e outros dois passageiros foram registrados como autores da briga.
A polícia afirma que não recebeu o vídeo da confusão, mas ouviu os envolvidos. “Ouvimos a versão dos metroviários, dos usuários do Metrô e mandamos para a Justiça. Cabe agora à Justiça decidir se houve abuso ou não houve”, diz o delegado Osvaldo Nico Gonçalves.
De acordo com o boletim de ocorrência, Tatiane foi algemada por ferir um segurança no rosto com as unhas. O Metrô disse que os seguranças foram acionados para intervir por conta das agressões mútuas entre os usuários.
Afirmou ainda que abriu apuração interna para investigar os procedimentos na ocorrência. Segundo a Lei Federal que define o trabalho de segurança do Metrô, que data dos anos 1970, cabe aos agentes agir imediatamente em caso de crime e contravenção penal.
Fonte: G1